

Processos de formação de palavras
Estrutura dos vocábulos
SUMÁRIO
ESTRUTURA DOS VOCÁBULOS
DERIVAÇÃO
COMPOSIÇÃO
NEOLOGISMO E ESTRANGEIRISMO
ESQUEMATIZANDO
QUESTÕES COMENTADAS
QUESTÕES PROPOSTAS
"Procuro semear otimismo e plantar sementes da paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar,ir ou ficar,desistir ou lutar".
Cora Coralina
ESTRUTURA DOS VOCÁBULOS
Trata-se do estudo dos elementos formadores das palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada uma delas. Observe os exemplos abaixo:
art-ista
brinc-a-mos
cha-l-eira
cachorr-inh-a-s
A análise das palavras destes exemplos mostra-nos que as palavras podem ser divididas em unidades menores, a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas.
Vamos analisar a palavra "cachorrinhas":
Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos.
São eles:
cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele que contém o significado.
inh - indica que a palavra é um diminutivo
a - indica que a palavra é feminina
s - indica que a palavra se encontra no plural
Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo.
Obs.: existem palavras que não comportam divisão em unidades menores, tais como: mar, sol, lua, etc.
São elementos mórficos:
1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos.
2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores da significação dos primeiros.
3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos.
*Raiz
É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico. É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma família etimológica.
Observe o exemplo:
A raiz noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc.
Atenção!
Uma raiz pode sofrer alterações. Veja o exemplo:
at-o
at-or
at-ivo
aç-ão
ac-ionar
* Radical
Observe o seguinte grupo de palavras:
livr- o
livr- inho
livr- eiro
livr- eco
Agora, duas perguntas:
Você reparou que há um elemento comum nesse grupo?
Você reparou que o elemento livr serve de base para o significado?
Esse elemento (livr) é chamado de radical (ou semantema).
Radical: elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático. É encontrado através do despojo dos elementos secundários (quando houver) da palavra.
Por Exemplo:
cert-o
cert-eza
in-cert-eza
Radicais Gregos
O conhecimento dos radicais gregos é de indiscutível importância para a exata compreensão e fácil memorização de inúmeras palavras. Apresentamos a seguir duas relações de radicais gregos. A primeira agrupa os elementos formadores que normalmente são colocados no início dos compostos, a segunda agrupa aqueles que costumam surgir na parte final.
Radicais que atuam como primeiro elemento
Forma Sentido Exemplos
Aéros- ar Aeronave
Ánthropos- homem Antropófago
Autós- de si mesmo Autobiografia
Bíblion- livro Biblioteca
Bíos- vida Biologia
Chróma- cor Cromático
Chrónos- tempo Cronômetro
Dáktyilos- dedo Dactilografia
Déka- dez Decassílabo
Démos- povo Democracia
Eléktron- (âmbar) Eletricidade Eletroímã
Ethnos- raça Etnia
Géo- terra Geografia
Héteros- outro Heterogêneo
Hexa- seis Hexágono
Híppos- cavalo Hipopótamo
Ichthýs- peixe Ictiografia
Ísos- igual Isósceles
Makrós- grande, longo Macróbio
Mégas- grande Megalomaníaco
Mikrós- pequeno Micróbio
Mónos- um só Monocultura
Nekrós- morto Necrotério
Néos- novo Neolatino
Odóntos- dente Odontologia
Ophthalmós- olho Oftalmologia
Ónoma- nome Onomatopeia
Orthós- reto, justo Ortografia
Pan- todos, tudo Pan-americano
Páthos- doença Patologia
Penta- cinco Pentágono
Polýs- muito Poliglota
Pótamos- rio Potamologia
Pséudos- falso Pseudônimo
Psiché- mente Psicologia
Riza- raiz Rizotônico
Techné- arte Tecnografia
Thermós- quente Térmico
Tetra- quatro Tetraedro
Týpos- figura, marca Tipografia
Tópos- lugar Topografia
Zóon- Animal Zoologia
Radicais que atuam como segundo elemento:
Forma Sentido Exemplos
-agogós Que conduz Pedagogo
álgos Dor Analgésico
-arché Comando, governo Monarquia
-dóxa Que opina Ortodoxo
-drómos Lugar para correr Hipódromo
-gámos Casamento Poligamia
-glótta; - glóssa Língua Poliglota, glossário
-gonía Ângulo Pentágono
-grápho Escrita Ortografia
-grafo Que escreve Calígrafo
-grámma Escrito, peso Telegrama, quilograma
-krátos Poder Democracia
-lógos Palavra, estudo Diálogo
-mancia Adivinhação Cartomancia
-métron Que mede Quilômetro
-nómos Que regula Autônomo
-pólis; Cidade Petrópolis
-pterón Asa Helicóptero
-skopéo Instrumento para ver Microscópio
-sophós Sabedoria Filosofia
-théke Lugar onde se guarda Biblioteca
Radicais Latinos
Radicais que atuam como primeiro elemento:
Forma Sentido Exemplo
Agri Campo Agricultura
Ambi Ambos Ambidestro
Arbori- Árvore Arborícola
Bis-, bi- Duas vezes Bípede, bisavô
Calori- Calor Calorífero
Cruci- cruz Crucifixo
Curvi- curvo Curvilíneo
Equi- igual Equilátero, equidistante
Ferri-,ferro- ferro Ferrífero, ferrovia
Loco- lugar Locomotiva
Morti- morte Mortífero
Multi- muito Multiforme
Olei-, oleo- Azeite, óleo Oleígeno, oleoduto
Oni- todo Onipotente
Pedi- pé Pedilúvio
Pisci- peixe Piscicultor
Pluri- Muitos, vários Pluriforme
Quadri-, quadru- quatro Quadrúpede
Reti- reto Retilíneo
Semi- metade Semimorto
Tri- Três Tricolor
Radicais que atuam como segundo elemento:
Forma Sentido Exemplos
-cida Que mata Suicida, homicida
-cola Que cultiva, ou habita Arborícola, vinícola, silvícola
-cultura Ato de cultivar Piscicultura, apicultura
-fero Que contém, ou produz Aurífero, carbonífero
-fico Que faz, ou produz Benefício, frigorífico
-forme Que tem forma de Uniforme, cuneiforme
-fugo Que foge, ou faz fugir Centrífugo, febrífugo
-gero Que contém, ou produz Belígero, armígero
-paro Que produz Ovíparo, multíparo
-pede Pé Velocípede, palmípede
-sono Que soa Uníssono, horríssono
-vomo Que expele Ignívomo, fumívomo
-voro Que come Carnívoro, herbívoro
* Afixos
Afixos são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema "-mente", por exemplo, cria uma nova palavra a partir de "certo": certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas "a-" e "-ar" à forma "cert-" cria o verbo acertar.
Observe que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados. Quando são colocados antes do radical, como acontece com "a-", os afixos recebem o nome de prefixos.
Quando, como "-ar", surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos.
Exemplos:
Prefixo Radical Sufixo
in at ivo
em pobr ecer
inter nacion al
* Desinências
Desinências são os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Existem dois tipos:
Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes.
Exemplos:
alun-o aluno-s
alun-a aluna-s
o/a = desinências de gênero
(masculino ou feminino)
s = desinência de número.
Marca o plural.
A ausência dela marca o singular.
Atenção!
só podemos falar em desinências nominais de
gêneros e de números em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência nominal de número.
Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pessoa e de modo e tempo dos verbos.
Exemplos:
compr-o
compra-s
compra-mos
compra-is
compra-m
compra-va
compra-va-s
A desinência "-o", presente em "am-o", é uma desinência número-pessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do singular; "-va", de "ama-va", é desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação.
* Vogal Temática
Vogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três vogais temáticas:
Vogal temática A - Caracteriza os verbos da 1ª conjugação.
Exemplos: buscar, buscavas, etc.
Vogal temática E - Caracteriza os verbos da 2ª conjugação.
Exemplos: romper, rompemos, etc.
Vogal temática I - Caracteriza os verbos da 3ª conjugação.
Exemplos: proibir, proibirá, etc.
* Tema
Tema é o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos verbos citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi-
* Vogais e Consoantes de Ligação
As vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determinada palavra.
Exemplo: Parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i)
Outros exemplos: gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá mais de um radical.
DERIVAÇÃO
É o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primitiva.
Observe o quadro abaixo:
Primitiva Derivada
mar marítimo, marinheiro, marujo
terra enterrar, terreiro, aterrar
Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas.
Atenção!
Radical: parte comum das palavras derivadas, carrega a base da significação: marítimo, marinheiro, marujo (rad. mar) / enterrar, terreiro, aterrar (rad. terr).
Prefixo: afixo colocado antes do radical: a (prefixo) + terrar = aterrar.
Sufixo: afixo colocado após o radical: mar + ítimo (sufixo) = marítimo
Tipos de Derivação
Derivação Prefixal ou Prefixação
Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado.
crer- descrer
ler- reler
capaz- incapaz
Derivação Sufixal ou Sufixação
Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe gramatical.
Risonho
Papelaria
Alfabetização
Na palavra alfabetização, o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.
Derivação Parassintética ou Parassíntese
Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos) e verbos.
Vejamos a palavra " triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer através da junção simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-ecer".
Atenção!
A presença de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras "entriste", nem "tristecer".
Exemplos:
Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada
mudo e mud ecer emudecer
alma des alm ado desalmado
Observação:
Não confunda derivação parassintética com derivação prefixal e sufixal (juntas), pois, no primeiro caso, o acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente simultâneo. Já nas palavras desvalorização e desigualdade, os afixos são acoplados em sequência: desvalorização provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por sua vez provém de valor (derivação prefixal e sufixal).
É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por parassíntese: não se pode dizer que expropriar provém de "propriar" ou de "expróprio", pois tais palavras não existem. Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo acréscimo concomitante de prefixo e sufixo.
Derivação Regressiva
Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução.
Exemplos:
comprar (verbo) beijar (verbo)
compra
(substantivo) beijo (substantivo)
Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação:
- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva.
- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário.
Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao verbo ancorar.
Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por derivação regressiva.
Veja:
O portuga (de português)
O boteco (de botequim)
O comuna (de comunista)
Ou ainda:
Agito (de agitar)
Amasso (de amassar)
Chego (de chegar)
Normalmente, um verbo é criado a partir de um substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo.
Derivação Imprópria
A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical.
Neste processo:
1) Os adjetivos passam a substantivos.
Os bons serão contemplados.
Bons = é um adjetivo, mas está sendo usado como substantivo.
2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos.
Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso.
Feito = é a forma de particípio do verbo "fazer", mas está sendo usado como substantivo.
3) Os infinitivos passam a substantivos.
O andar de Roberta era fascinante.
O badalar dos sinos soou na cidadezinha.
Andar e badalar = são verbos no infinitivo usados como substantivo.
4) Os substantivos passam a adjetivos.
O funcionário fantasma foi despedido.
O menino prodígio resolveu o problema.
Fantasma = é um substantivo sendo usado como adjetivo de funcionário.
Prodígio = é um substantivo sendo usado como adjetivo de menino.
5) Os adjetivos passam a advérbios.
Falei baixo para que ninguém escutasse.
Baixo = é um adjetivo sendo usado para indicar o modo como alguém falou, ou seja, como advérbio.
6) Palavras invariáveis passam a substantivos.
Não entendo o porquê disso tudo.
Porquê = palavra invariável usada como substantivo.
7) Substantivos próprios tornam-se comuns.
Aquele coordenador é um caxias! (Chefe severo e exigente)
Atenção!
Os artigos definidos ou indefinidos são também substantivadores, ou seja, diante de palavras de qualquer classe gramatical, substantiva todas, como vimos na derivação imprópria.
Exemplo:
O não está sempre presente na sua fala.
O artigo "o" substantivou o advérbio "não", ok? O "não" esta sendo usado como substantivo, não como advérbio propriamente dito.
COMPOSIÇÃO
É processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos:
Composição por Justaposição
Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética.
Passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor
Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s") justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.
Composição por Aglutinação
Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos.
Embora (em boa hora)
Fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre)
Hidrelétrico (hidro + elétrico)
Planalto (plano+ alto)
Redução
Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida.
Observe:
Auto - por automóvel
Cine - por cinema
Micro - por microcomputador
Zé - por José
Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção "Extras" -> Abreviaturas e Siglas)
Hibridismo
Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes.
Ex. auto (grego) + móvel (latim)
Onomatopeia
É a tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos da natureza.
Ex. miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.
NEOLOGISMO E ESTRANGEIRISMO
Estrangeirismo
Estrangeirismo é o processo que introduz palavras vindas de outros idiomas na língua portuguesa. É mais comum do que se imagina, pois estamos o tempo inteiro ligados a outros idiomas, outras culturas.
De acordo com o idioma de origem, as palavras "emprestadas" recebem nomes específicos, tais como anglicismo (do inglês), galicismo (do francês), etc.
O estrangeirismo possui duas categorias:
1) Com aportuguesamento: a grafia e a pronúncia da palavra são adaptadas para o português. Exemplo: abajur (do francês "abat-jour").
2) Sem aportuguesamento: conserva-se a forma original da palavra.
Exemplo: mouse (do inglês "mouse").
A maioria das palavras da língua portuguesa tem origem latina, grega, árabe, espanhola, italiana, francesa ou inglesa. Essas palavras são introduzidas em nossa língua por diversos motivos, sejam eles fatores históricos, socioculturais e políticos, modismos ou avanços tecnológicos. As palavras estrangeiras geralmente passam por um processo de aportuguesamento fonológico e gráfico. A Academia Brasileira de Letras, órgão responsável pelo Vocabulário Ortográfico de Língua Portuguesa, tem função importante no aportuguesamento dessas palavras.
As pessoas, em geral, estão tão acostumadas com a presença dos estrangeirismos na língua que, muitas vezes, desconhecem que uma série de palavras têm sua origem em outros idiomas. Veja a seguir uma lista com exemplos de palavras que passaram pelo processo de aportuguesamento, bem como a origem e definição de cada uma delas:
Palavra Origem Definição
Abajur Do francês abat-jour Luminária de mesa
Ateliê Do francês atelier Oficina de artesãos
Baguete Do francês baguette Pão francês fino e longo
Bangalô Do inglês bungalow Casa residencial com
arquitetura de bangalô
indiano
Basquetebol Do inglês basket ball Esporte cujo objetivo é
fazer com que uma bola
de couro entre numa
cesta.
Batom Do francês bâton Bastão usado para pintar
os lábios.
Bege Do francês beige Cor amarelada, como a da
lã em seu estado natural.
Bife Do inglês beef Fatia de carne
Bijuteria Do francês bijouterie Adorno barato
Bistrô Do francês bistrot Restaurante pequeno,
típico da França.
Blecaute Do inglês blackout Interrupção noturna no
fornecimento de
eletricidade.
Boate Do francês boîte Casa noturna
Bói Do inglês boy Garoto de recado,
contínuo.
Boxe Do inglês boxing Pugilismo
Chique Do francês chic Elegante
Chofer Do francês chauffeur Motorista
Clipe Do inglês clip Grampo usado para
prender papéis.
Comitê Do francês comité Local em que se reúne
determinada comissão.
Conhaque Do francês cognac Bebida alcoólica obtida
pela destilação do vinho
branco.
Coquetel Do inglês cocktail Drinque preparado através
da mistura de bebida
alcoólica com frutas.
Creme Do francês crème Substância espessa,
gordurosa, branco-
amarelada.
Croquete Do francês croquette Bolinho de carne
Cupom Do francês coupon Pedaço de cartão ou de
papel impresso que dá a
seu possuidor certos
direitos; tíquete.
Debênture Do inglês debenture Título de crédito que
representa uma dívida,
obrigação.
Debutar Do francês débuter Iniciar-se na vida social,
ao completar 15 anos.
Decolagem Do francês décollage Ato ou efeito de decolar,
levantar voo.
Escore Do inglês score Resultado de uma partida
esportiva expresso em
números; placar.
Esporte Do inglês sport Conjunto de exercícios
físicos praticados com
método; desporto.
Esqui Do francês ski Longo patim de madeira,
metal ou material
sintético, para andar ou
deslizar sobre a neve.
Estresse Do inglês stress Estado gerado pela
percepção de estímulos
que provocam excitação
emocional; perturbação.
Folclore Do inglês folklore Costumes e artes
conservadas por um povo,
expressas nas suas lendas,
crenças, canções, etc.
Guichê Do francês guichet Pequena janela por onde
se atende o público.
Maiô Do francês maillot Traje de banho feminino.
Manicura Do francês manucure Profissional do tratamento
de unhas.
Maquiagem Do francês maquillage Conjunto de produtos
cosméticos usados para
maquilar-se.
Menu Do francês menu Cardápio
Metrô Do francês métro Sistema de transporte
urbano de massa realizado
por trens elétricos
(abreviatura de
metropolitano).
Motobói Do inglês motoboy Contínuo que faz entregas
de motocicleta.
Náilon Do inglês nylon Fibra têxtil sintética
Nocaute Do inglês knockout Em boxe, a derrota pela
inconsciência durante 10
segundos, no mínimo.
Omelete Do francês omelette Fritada de ovos batidos.
Piquenique Do inglês picnic Refeição em grupo feita
em meio à natureza.
Purê Do francês purée Prato preparado com
legumes amassados e
servidos em consistência
pastosa; pirê.
Rali Do inglês rally Competição
automobilística
Repórter Do inglês reporter Jornalista, profissional da
notícia.
Suéter Do inglês sweater Agasalho fechado, feito de
lã.
Neologismo
Neologismo é o processo de criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de designar novos objetos ou novos conceitos ligados às diversas áreas: tecnologia, arte, economia, esportes etc.
Um neologismo pode ser criado a partir de processos diversos e já vistos nesta aula, como: justaposição, aglutinação, prefixação, sufixação, abreviação, importação de vocábulos (estrangeirismo) existentes em uma outra língua (neologismo lexical Î novas palavras). Podemos fazer um neologismo semântico (novo sentido) também: quando damos um novo sentido a uma palavra já existente.
O fato é que faz parte de toda língua viva a criação de novas palavras. Com o tempo, esses neologismos são adicionados ao dicionário e passam a fazer parte do léxico. Novas palavras estão surgindo o tempo todo em conversas espontâneas do dia-a-dia com o uso frequente de gírias, seja na internet, seja nas comunicações eletrônicas (chat).
Quando a ciência é responsável pela atribuição de nomes aos novos aparelhos e máquinas inventados, e de introduzir novos termos técnicos na linguagem, dá-se o nome de "neologismo científico" ou "neologismo técnico".
O "neologismo literário" é a criação de novas palavras por escritores, compositores de música e poetas.
"Neologismo estrangeiro" ou "estrangeirismo" são as palavras de outro idioma incorporadas à língua. Algumas são "aportuguesadas", ou seja, muda-se a maneira de escrever original para ser compreendida por todos. Exemplo: futebol (do inglês football), bebê (do inglês baby).
Exemplos:
NEOLOGISMO SEMÂNTICO:
Estou a fim de Fulano. (Estou interessado).
Beltrano, não vai dar, deu zebra. (Algo não deu certo).
Vou fazer um bico. (Trabalho temporário).
NEOLOGISMO LEXICAL:
Deletar (eliminar),
Abobado (aquele que é "bobo", sonso),
Internetês (a língua da internet).

Hora de praticar
TEXTO 1 - QUANTO FALTA PARA O DESASTRE?
Verão de 2015. As filas para pegar água se espalham por vários bairros. Famílias carregam baldes e aguardam a chegada dos caminhões-pipa. Nos canos e nas torneiras, nem uma gota. O rodízio no abastecimento força lugares com grandes aglomerações, como shopping centers e faculdades, a fechar. As chuvas abundantes da estação não vieram, as obras em andamento tardarão a ter efeito e o desperdício continuou alto. Por isso, São Paulo e várias cidades vizinhas, que formam a maior região metropolitana do país, entram na mais grave crise de falta d'água da história.
(Época, 16/06/2014)
01. (TJ/RJ - 2014 - Técnico de Atividade Judiciária - FGV)
A correção na acentuação gráfica faz parte do cuidado com a norma culta na redação de um texto; a opção que apresenta um vocábulo do texto 1 que é acentuado graficamente por razão distinta das demais é:
a) famílias;
b) país;
c) rodízio;
d) água;
e) desperdício.
Comentário: as palavras fa - mí - lia, ro - dí - zio, á - gua e des - per - dí - cio são todas paroxítonas acentuadas por terminarem com ditongo crescente. A palavra pa - í(s) é a única oxítona e acentuada por ser terminada em "í(s)", por isso pode ser considerada a resposta para a questão.
Vale ressaltar que, quando a sílaba anterior do encontro vocálico for tônica (como em família, em que o "mi" é anterior e tônica ao encontro vocálico "ia"), o correto é ditongo (fa - mí - lia), não hiato (fa - mí - li - a). O Novo acordo NÃO alterou tal regra.
GABARITO: B
02. (AL/BA - 2014 - Técnico de Nível Superior - FGV)
Numerosos vocábulos da língua portuguesa podem ter mais de uma grafia. Assinale a opção que mostra uma impossibilidade de dupla grafia.
a) Bêbedo ou bêbado
b) Taverna ou taberna
c) Reescrever ou rescrever
d) Espécimen ou espécime
e) Lampeão ou lampião
Comentário: apenas a alternativa E apresenta opção que NÃO admite dupla grafia:
a) Bêbedo ou bêbado, tanto faz, embora bêbado seja mais utilizada.
b) Taverna ou taberna, tanto faz. Significam bar, bodega.
c) Reescrever ou rescrever, tanto faz também. O que acontece é que em rescrever, as duas letras "é" da palavra reescrever são aglutinadas.
d) Espécimen ou espécime. As duas palavras são possíveis, significando exemplar de uma espécie.
e) Lampeão ou lampião. Aqui temos um erro na palavra lampeão, grafado com "é". Tal palavra não existe.
GABARITO: E
03. (AL/BA - 2014 - Técnico de Nível Superior - FGV)
Ao escrever-se um texto no computador, o corretor automático sublinhou de vermelho a palavra "cortesmente", indicando possível erro. Isso se explica porque.
a) falta o acento circunflexo, já que o advérbio é derivado do adjetivo "cortês".
b) a forma correta do advérbio é "cortesamente", Já que esses advérbios se formam a partir do feminino dos adjetivos.
c) nos dicionários não estão presentes muitos dos advérbios em -mente, o que faz o corretor indicar "cortesmente" como forma errada.
d) a grafia do advérbio está errada, já que o adjetivo se grafa com Z final e não com S.
e) se trata de um neologismo, visto que nem todos os adjetivos formam derivados em -mente.
Comentário: sabendo que a alternativa C é a correta, vamos analisar cada uma:
a) falta o acento circunflexo, já que o advérbio é derivado do adjetivo "cortês". - Errada. A palavra "cortesmente" não é acentuada (paroxítona terminada em "é"), pois a sílaba tônica não é a mesma que em "cortês" (oxítona terminada em "e(s)").
b) a forma correta do advérbio é "cortesamente", já que esses advérbios se foram a partir do feminino dos adjetivos. Errada. Não existe "cortesamente", "cortesmente" está grafada corretamente.
c) nos dicionários não estão presentes muitos dos advérbios em -mente, o que faz o corretor indicar "cortesmente" como forma errada. - Correta. Não ter muitos advérbios terminados em "mente" cadastrados no dicionário é a única razão para corretor gramatical ter marcado tal palavra como errada.
d) a grafia do advérbio está errada, já que o adjetivo se grafa com Z final e não com S. - Errada "cortesmente" é grafada com "s", não com "z".
e) se trata de um neologismo, visto que nem todos os adjetivos formam derivados em -mente. -Errada. "cortesmente" não é um adjetivo, é um advérbio. Além disso não é uma nova palavra nem uma nova acepção para palavra já existente para ser dado como neologismo.
GABARITO: C
Desafios do crescimento econômico
A crise do sistema financeiro internacional, que ameaça lançar o mundo numa profunda recessão, revela a importância do papel do governo no funcionamento da economia em diferentes dimensões, sobretudo na promoção de uma melhor operação dos mercados, da estabilidade e do crescimento econômico.
Entretanto, após algumas décadas de excessivo crescimento dos gastos governamentais e da crise financeira que se abateu sobre inúmeros governos, particularmente em países da América Latina, a eficiência da ação pública começou a ser questionada.
Novamente vigoravam ideias de que as economias deveriam ser liberalizadas da ação governamental, de que, quanto menos governo, melhor e de que o setor privado por si só resolveria todos os problemas.
Na realidade, o que se notou foi uma grande confusão. Em vez de defendermos um governo eficiente, comprometido com o crescimento econômico, acabamos por tentar excluir o governo das funções econômicas, esquecendo seu importante papel. Era muito comum a ideia de que a privatização e a liberalização dos mercados seriam condições eficientes para que os países entrassem numa rota de crescimento econômico.
Entretanto, a realidade mostrou que essa bandeira não tem sustentação. A crise financeira que estamos atravessando - e não sabemos ainda suas reais consequências sobre a economia mundial - realça um fato inconteste: faltou a presença do governo, mediante uma regulação mais ativa do mercado financeiro.
Recente estudo promovido pela Comissão para o Crescimento Econômico, cujo objetivo primordial é entender o fenômeno do desenvolvimento com base na experiência mais exitosa dos países durante as décadas de 1950 a 1980, transmite informações relevantes para o entendimento do momento que vivemos, ainda que seu objetivo seja totalmente distinto.
Em primeiro lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes que os mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, sem interferências externas, na alocação dos recursos.
Entretanto, não podemos esquecer que as ações tomadas pelos diversos agentes econômicos se baseiam em perspectivas de retornos privados e, portanto, na ânsia de obter tais retornos, mercados como o financeiro podem gerar instabilidades. O papel da regulação, tarefa que deve ser executada por autoridades governamentais, não pode ser esquecido.
Por outro lado, apesar da virtude dos mercados, não se pode esquecer que eles não são garantia para a promoção de desenvolvimento econômico ou a melhor distribuição de renda.
O relatório da comissão enfatiza o papel do governo no processo de desenvolvimento econômico, mostrando inicialmente que o processo de desenvolvimento é um fenômeno complexo e difícil de ser entendido. "Não damos aos formuladores de políticas públicas uma receita ou uma estratégia de crescimento. Isso porque não existe uma única receita a seguir."
Mais adiante, afirma: "Não conhecemos as condições suficientes para o crescimento. Podemos caracterizar as economias bem-sucedidas do pós-guerra, mas não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito nem os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas."
Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos, especialmente quando ouvimos as certezas que dominam a maioria dos analistas econômicos espalhados pelo mundo, em especial quando tratam de fornecer fórmulas prontas para o crescimento dos países.
A comissão reconhece que a dificuldade do entendimento sobre o fenômeno do crescimento dificulta a ação governamental na definição das estratégias a serem seguidas. A recomendação dada é a de que o governo "não deve ficar inerte, por temor de malograr; os governos devem testar diversos programas e devem ser rápidos em aprender quando dão errado. Se dão um passo errado, devem tentar um plano diferente, e não submergir na inação ou recuar."
Outra recomendação dada pela comissão se relaciona com a tentativa de adoção de receitas prontas de outros países: "Os planos de ação ruins de hoje em geral são os bons planos de ontem, mas aplicados por tempo demasiado."
Em suma, a comissão defende um governo crível, comprometido com o crescimento e eficiente. Um governo forte, capaz de realizar investimentos na área de educação, saúde e infraestrutura a fim de elevar a rentabilidade dos investimentos privados.
É com uma ação eficiente do governo e do setor privado que certamente poderemos promover o desenvolvimento dos países.
(Carlos Luque. Folha de São Paulo, 30 de setembro de 2010)
04. (SEM - 2010 - Analista Legislativo - FGV)
"Em primeiro lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes que os mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, sem interferências externas, na alocação dos recursos."
No trecho acima, grafou-se corretamente a palavra xeque, de acordo com o sentido pretendido no texto.
Assinale a alternativa em que não se tenha mantido correção gráfica ao utilizar a palavra destacada.
a) Finalmente o enxadrista deu o xeque-mate.
b) Com ética e consciência cidadã, o povo dará um cheque à corrupção.
c) Chegou em visita ao Congresso o xeque árabe.
d) Porque estava sem talão, teve de pedir um cheque avulso.
e) Deixe que eu cheque a lista de passageiros.
Comentário: analisando as alternativas temos:
a) Finalmente o enxadrista deu o xeque-mate.
CORRETO. "xeque-mate" está corretamente grafado no contexto, indicando ataque do rei em um jogo de xadrez.
b) Com ética e consciência cidadã, o povo dará um cheque à corrupção.
ERRADA. O contexto indica ideia de ataque, logo, a palavra destacada não poderia ser "cheque", mas "xeque".
c) Chegou em visita ao Congresso o xeque árabe.
CORRETO. Por mais que pareça estranho, a palavra "xeque" está empregada corretamente por indicar no contexto um chefe mulçumano.
d) Porque estava sem talão, teve de pedir um cheque avulso.
CORRETA. Sendo ordem de pagamento, "cheque" está grafado corretamente.
e) Deixe que eu cheque a lista de passageiros.
CORRETA. Uso correto do verbo "checar", que significa "conferir".
GABARITO: B
A EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO
A comunicação é uma arma poderosa na batalha cotidiana pela queda dos números de acidentes, servindo ao mesmo tempo como instrumento de educação e conscientização. Campanhas de mobilização pelo uso de cinto de segurança, das práticas positivas na direção, da não utilização de bebidas alcoólicas ao dirigir, do uso da faixa de pedestres, entre outras, são comprovadamente eficientes. É crescente a preocupação com o ensino dos princípios básicos do trânsito desde a infância e ele pode acontecer no espaço escolar, com aulas específicas, ou também nos ambientes especialmente desenvolvidos para o público infantil nos departamentos de trânsito. Com a chegada do Código Brasileiro de Trânsito (CBT), em 1998, os condutores imprudentes passaram a frequentar aulas de reciclagem, com o propósito de reeducação.
Como se vê, alguma coisa já vem sendo feita para reduzir o problema. Mas há muito mais a fazer. A experiência mundial mostra que as campanhas para alertar e convencer a população, de forma periódica, da necessidade de obedecer regras básicas de trânsito, não são suficientes para frear veículos em alta velocidade e evitar infrações nos semáforos. O bolso, nessas horas, ajuda a persuadir condutores e transeuntes a andar na linha. A Capital Federal é um exemplo de casamento bem-sucedido entre comunicação de massa e fiscalização. Um conjunto de ações foi responsável por significativa queda no número de vítimas fatais do trânsito na cidade. O governo local, a partir da década de 1990, adotou uma série de medidas preventivas. Foram veiculadas campanhas de conscientização, foi adotado o controle eletrônico de velocidade e foi implementado o respeito às faixas de pedestres. Essas providências, associadas à promulgação do novo Código de Trânsito, levaram a uma expressiva redução nos índices de mortalidade por 10 mil veículos em Brasília - de 14,9 em 1995 para 6,4 em 2002. Nesse período, apesar do crescimento da frota de 436 mil para 469 mil veículos, o número de mortes por ano caiu de 652 em 1995 para 444 em 2002.
Foi um processo polêmico. O governo foi acusado de estar encabeçando uma indústria de multas, devido ao grande número de notificações aplicadas. Reclamações à parte, o saldo das ações se apresentou bastante positivo. Recentemente as estatísticas mostram que o problema voltou a se agravar. O número de vítimas fatais de acidentes no trânsito passou de 444 em 2002 para 512 em 2003. Pesquisas do DETRAN apontam que um dos principais motivos desse aumento é o uso de álcool por motoristas.
(Pedro Ivo Alcântara. www.ipea.gov.br)
05. (DETRAN/MA - 2013 - Agente - FGV)
Como se pode ver no texto, a palavra pesquisa é grafada com s.
As alternativas a seguir apresentam palavras corretamente grafadas com s, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) xadrês.
b) gasolina.
c) paralisia.
d) gás.
e) misto.
Comentário: "xadrez" deve ser grafado com "z", não com "s". As demais palavras são com "s" mesmo.
GABARITO: A
06. (ALEMA - 2013 - Técnico de Gestão Administrativa - FGV)
Assinale a alternativa em que há erro de grafia.
a) abóbada - bêbado - bem-vindo.
b) deslize - irrequieto - meritíssimo.
c) disenteria - cabeleireiro - enfarte.
d) astigmatismo - chipanzé - mantegueira.
e) enfarto - assovio - freada.
Comentário: vamos analisar as alternativas:
a) abóbada e bêbado - grafada e acentuada corretamente (são proparoxítonas).
Bem-vindo - de acordo com o Novo Acordo Ortográfico, as palavras compostas iniciadas pelos advérbios "mal" ou "bem" só levam hífen quando a segunda palavra for iniciada por vogal ou "h". Mas a palavra "bem-vindo" é uma exceção que admite o uso do hífen.
b) deslize - irrequieto - meritíssimo - todas as palavras grafadas corretamente.
Cuidado! Não existe "meritríssimo"!
c) disenteria - cabeleireiro - enfarte. - todas as palavras grafadas corretamente.
A palavra "disenteria", na linguagem coloquial, muitas vezes é pronunciada "desinteria", mas na alternativa está correta. O mesmo acontece com "cabeleireiro" que popularmente é pronunciada como "cabeleleiro". Já "enfarte" tem três maneiras corretas de serem grafadas: enfarte, enfarto e infarto.
d) astigmatismo - chipanzé - mantegueira.
Nesta alternativa, apenas "astigmatismo" está grafado corretamente. O correto é grafar "chimpanzé" e "manteigueira".
e) enfarto - assovio - freada.
Tanto faz grafar "assobio" ou "assovio", previsto no Novo Acordo Ortográfico como dupla grafia. Já comentei aqui sobre a palavra "enfarto". "Freada" está correto, apesar do verbo "freiar" possui um "I" no meio.
GABARITO: D
SEM SOLUÇÃO
Carlos Heitor Cony - Folha de São Paulo
Foi melancólico o 1º de Maio deste ano. Não tivemos a tragédia do Riocentro, que até hoje não foi bem explicada e, para todos os efeitos, marcou o início do fim da ditadura militar.
Tampouco ressuscitamos o entusiasmo das festividades, os desfiles e a tradicional arenga de um ditador que, durante anos, começava seus discursos com o famoso mantra: "Trabalhadores do Brasil".
De qualquer forma, era um pretexto para os governos de plantão forçarem um clima de conciliação nacional, o salário mínimo era aumentado e, nos teatros da praça Tiradentes, havia sempre uma apoteose patriótica com os grandes nomes do rebolado agitando bandeirinhas nacionais. Nos rádios, a trilha musical era dos brados e hinos militares, na base do "avante camaradas".
Este ano, a tônica foram as vaias que os camaradas deram às autoridades federais, estaduais e municipais. Com os suculentos escândalos (mensalão, Petrobrás e outros menos votados), as manifestações contra os 12 anos de PT, que começaram no ano passado, só não tiveram maior destaque porque a mídia deu preferência mais que merecida aos 20 anos da morte do nosso maior ídolo esportivo.
Depois de Ayrton Senna, o prestígio de nossas cores está em baixa, a menos que Paulo Coelho ganhe antecipadamente o Nobel de Literatura e Roberto Carlos dê um show no Teatro alla Scala, em Milão, ou no Covent Garden, em Londres.
Sim, teremos uma Copa do Mundo para exorcizar o gol de Alcides Gighia, na Copa de 1950, mas há presságios sinistros de grandes manifestações contra o governo e a FIFA, que de repente tornou-se a besta negra da nossa soberania.
A única solução para tantos infortúnios seria convidar o papa Francisco para apitar a final do Mundial, desde que Sua Santidade não roube a favor da Argentina.
07. (BNB - 2014 - Analista Bancário - FGV)
O verbo "ressuscitar" mostra corretamente a grafia, com o emprego de SC; o vocábulo abaixo que está grafado erradamente por incluir essas mesmas consoantes é:
a) ascender;
b) adolescência;
c) fascismo;
d) indescente;
e) piscina.
Comentário: o vocábulo com grafia equivocada é "indescente", pois não é grafado com "sc", sendo a maneira correta "indecente".
GABARITO: D
Financiamento de partidos políticos
O Fundo Partidário será, em 2011, de R$ 301 milhões. Isso porque foi aprovado a nove dias do fim do ano o reforço de R$ 100 milhões. Desse valor, R$ 265 milhões são oriundos do Orçamento da União e R$ 36 milhões referentes à arrecadação de multas previstas na legislação eleitoral. Mas, afinal, qual a razão para se aumentar de forma tão extraordinária a dotação dos partidos? Muito simples: a necessidade de eles pagarem as dívidas de campanha.
Evidentemente, R$ 300 milhões é um custo irrisório para a consolidação da democracia. No entanto, a questão é mais complexa. O fundo partidário é utilizado de forma pouco transparente e, algumas vezes, desviado dos propósitos originais de fortalecimento do partido. Enfim, as máquinas partidárias muitas vezes se tornam aparelhos ou feudos controlados por poucos e financiados por todos nós.
Seria uma verba bem utilizada se fosse integralmente destinada ao fortalecimento da instituição e não ao pagamento de dívidas de campanhas, que devem ser bancadas de forma específica. Aliás, o melhor para a democracia seria separar os fundos partidários dos destinados às campanhas eleitorais. Tais verbas deveriam estar claramente separadas e não poderiam se comunicar.
Minha proposta é a de que o fundo partidário seja composto por uma quantia mínima para o partido manter uma estrutura básica. O resto deve ser obtido na militância, com base em atividades voltadas para a arrecadação de fundos. Partidos devem ir às ruas explicar para os cidadãos por que existem e quais são suas propostas.
Não é o caso hoje. Os partidos políticos transferem sua existência para o Congresso e só acordam às portas das eleições. Ficam hibernando à espera do momento eleitoral quando deveriam estar em praça pública em busca de militantes e se expondo ao debate.
No caso das campanhas eleitorais, a solução deve ser mais radical ainda. Nenhum dinheiro público nem de empresas poderia ser utilizado. A campanha deveria ser articulada com contribuições de cidadãos a partir de um limite universal. Todos podem contribuir até um determinado valor e declarar a doação na Justiça Eleitoral.
Ambas as propostas visam trazer partidos e candidatos para as ruas, oferecendo suas propostas e buscando recursos para a sua existência e para as campanhas eleitorais. É um modo de os partidos e candidatos se encontrarem com a cidadania em bases regulares.
Partidos são fundamentais para a consolidação da democracia e o permanente desenvolvimento da cidadania e devem existir - de verdade - em bases cotidianas. Devem promover eventos, debater propostas, acompanhar a gestão dos governos, discutir o exercício do poder. E não ser meros instrumentos de tomada do poder. No caso dos partidos políticos brasileiros, existe um agravante. Por conta de nossa herança patrimonialista, as organizações partidárias surgiram, em sua grande maioria, de dentro das estruturas do Estado.
Assim, a tarefa de mobilizar os cidadãos e cobrar coerência ideológica dos eleitores e lideranças políticas é ainda mais complexa. Além de parcelas expressivas da sociedade estarem excluídas do debate político pelas mais variadas razões, o custo de fazer política é alto se comparado com os benefícios que ela pode trazer para o seu dia a dia.
Obviamente, minhas propostas são românticas e inviáveis no atual momento da política nacional. No entanto, a questão do Ficha Limpa começou de forma inviável e romântica e, aos poucos, ganhou corpo e prosperou. O certo é que a questão do financiamento de partidos e de campanhas é essencial para o futuro da nossa democracia e deve ser objeto de séria reflexão.
(Murillo de Aragão. Página 20, 21/1/2011)
08. (TRE/PA - 2011 - Analista Judiciário - FGV)
Partidos devem ir às ruas explicar para os cidadãos por que existem e quais são suas propostas.
No período acima, empregou-se corretamente a forma POR QUE.
Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.
a) O povo não entende por que os partidos políticos se esquivam de se apresentar claramente.
b) Nem sempre é fácil entender as modificações por que passam os partidos políticos.
c) As pessoas desejam entender por que, nas relações entre os partidos políticos, as alianças rapidamente se dissolvem.
d) Às vezes sem saber por que, o povo escolhe determinados candidatos para cargos importantes.
e) Na realidade, o povo sabe por que deve escolher bem seus representantes.
Comentário:
a) O povo não entende por que os partidos políticos se esquivam de se apresentar claramente.
CORRETO. Por que = pergunta indireta.
b) Nem sempre é fácil entender as modificações por que passam os partidos políticos.
CORRETO. Por que = por qual motivo
c) As pessoas desejam entender por que, nas relações entre os partidos políticos, as alianças rapidamente se dissolvem.
CORRETO. Por que = pergunta indireta.
d) Às vezes sem saber por que, o povo escolhe determinados candidatos para cargos importantes.
ERRADO. Deveria ter sido grafado assim: por quê , separado e com acento. Observe que o por quê está no final da primeira oração ("Ás vezes sem saber por que"). No final de período ou de orações deve-se grafar assim: por quê, sendo o "que" tônico e acentuado por isso.
e) Na realidade, o povo sabe por que deve escolher bem seus representantes.
CORRETO. Por que = por qual motivo.
GABARITO: D
09. (ALEMA - 2013 - Técnico de Gestão Administrativa - FGV)
Indique a alternativa cujos vocábulos tiveram sua acentuação gráfica alterada em função do último acordo ortográfico.
a) têm - vêm
b) heroico - saúde
c) colmeia - herói
d) veem -leem
e) para(v.) - pôr(v.)
Comentário: vamos analisar cada caso.
a) têm - vêm
Os verbos ter e vir continuam sendo acentuados no plural mesmo após o Novo Acordo Ortográfico.
b) heroico - saúde
"Heroico" teve acentuação alterada pelo novo acordo. Agora, os ditongos abertos nas paroxítonas não são mais acentuados (ideia, paranoia, europeia, colmeia...).
Saúde continua acentuada.
c) colmeia - herói
Pelo mesmo motivo de "heroico", "colmeia" deixa de ser acentuada. Os ditongos nas oxítonas continuam acentuados! Sendo assim, "herói" não perde o acento agudo.
d) veem - leem
Neste caso, os dois vocábulos perderam o acento após o Novo Acordo. As palavras com vogais duplicadas não são mais acentuadas.
e) para(v.) - pôr(v.)
o acento diferencial em "para" (verbo) não existe mais. A exceção ocorre com o "pôr" (verbo), nesse caso, o acento diferencial permanece. Outro caso em que o acento diferencial não acabou é nos vocábulos forma/fôrma, ficando o uso facultativo, dependendo da necessidade em determinado contexto.
GABARITO: D
10. (AL/BA - 2014 - Técnico de Nível Superior - FGV - adaptada)
As opções a seguir apresentam vocábulos grafados segundo as regras do Acordo Ortográfico anterior.
Assinale a opção que indica o vocábulo que está grafado corretamente, segundo as novas regras.
a) Anti-simbólico
b) Colmeia
c) Co-réu
d) Freqüência
e) Jibóia
Comentário: vamos analisar cada caso:
a) Anti- simbólico
O correto é antissimbólico.
Regra: prefixo terminado em vogal (anti) + palavra iniciada por r ou s (simbólico)= o hífen é retirado e a consoante é dobrada (antissimbólico).
b) Colmeia
Palavra grafada corretamente de Acordo com o Novo Acordo ortográfico.
Regra: os ditongos abertos nas paroxítonas não são mais acentuados (ideia, paranoia, europeia, colmeia...).
c) Co-réu
O correto é corréu.
Regra: prefixo terminado em vogal (co) + palavra iniciada por r ou s (réu)= o hífen é retirado e a consoante é dobrada (corréu).
d) Freqüência
o correto é "frequência".
Regra: o trema não existe mais na Língua Portuguesa (exceção apenas para o uso em nomes próprios).
e) Jibóia
O correto é Jiboia.
Regra: os ditongos abertos nas paroxítonas não são mais acentuados (ideia, paranoia, europeia, colmeia...).
GABARITO: B
11. (ALEMA - 2013 - Técnico de Gestão Administrativa - FGV)
Assinale a alternativa cuja lacuna é corretamente preenchida pela primeira palavra entre parênteses.
a) O _____ dos moradores solicitava à Polícia a prisão dos traficantes.
(abaixo-assinado / abaixo assinado)
b) O português é uma língua _____ da espanhola. (a fim / afim)
c) Passou pelo escritório ao _____ (meiodia / meio-dia)
d) A polícia estava _____ tudo que acontecia no morro. (ao par de / a par de)
e) O _____ do avião não funcionou, provocando o desastre. (censor / sensor)
Comentário:
Na alternativa A está correta, uma vez que "abaixo-assinado" ( primeira palavra do parêntese) completa a lacuna, significando um documento assinado por todos. Embora "abaixo assinado", sem hífen, não preencha a lacuna, existe e significa o mesmo que assinado em baixo.
Na alternativa B, a segunda palavra do parênteses é que preenche a lacuna. "Afim" = semelhança. Já "a fim de" = finalidade de ser fazer algo.
Na alternativa C, "meio-dia" completa a lacuna. Meiodia, junto, sem
hífen, não existe.
Na alternativa D, "a par de" completa corretamente a lacuna com sentido de "estar ciente". A expressão "Ao par de" é própria das relações de câmbio monetário, para indicar que duas moedas possuem valores equivalentes.
Na alternativa E, "sensor" preenche a lacuna, pois é o dispositivo que transmite informação. A palavra "censor" significa aquele que censura, não cabendo no contexto.
GABARITO: A
Texto 1 - "A história está repleta de erros memoráveis. Muitos foram cometidos por pessoas bem-intencionadas que simplesmente tomaram decisões equivocadas e acabaram sendo responsáveis por grandes tragédias.
Outros, gerados por indivíduos motivados por ganância e poder, resultaram de escolhas egoístas e provocaram catástrofes igualmente terríveis."
(As piores decisões da história, Stephen Weir)
12. (TJ/BA - 2015 - Analista Judiciário - FGV)
No texto 1, a palavra "bem-intencionada" aparece grafada com hífen; O novo Acordo Ortográfico diz que "Nas palavras em que o primeiro elemento é bem-, a regra geral é o emprego do hífen, não importando se o segundo elemento começa por vogal ou consoante". Sobre esse caso, a afirmação correta é:
(A) a palavra foi mal grafada, pois deve ser escrita sem hífen;
(B) a palavra foi bem grafada já que se trata da junção de um advérbio de modo + adjetivo;
(C) a palavra foi bem grafada, pois se trata de um adjetivo composto com um elemento de valor prefixal;
(D) a palavra foi mal grafada, visto que não se trata de um vocábulo, mas de dois;
(E) a palavra foi bem grafada, pois houve mudanças nesse emprego, com as novas regras.
Comentário: A regra diz que com os advérbios "bem" e "mal" o uso do hífen deve ocorrer quando a segunda palavra for iniciada por vogal ou por "h". Conforme explicado no enunciado, com o Novo Acordo Ortográfico, com o prefixo "bem" qualquer palavra deve ser grafada com hífen, o que justifica "bem-vindo". A palavra "bem-intencionada" especificamente deve ser grafada com hífen e isso desde o acordo antigo, não mudou agora, pois a segunda palavra inicia-se com vogal. "Bem-intencionada" é um único vocábulo, é adjetivo composto e o "bem" funciona como prefixo.
GABARITO: C
13. (Prefeitura de Manaus - 2012 - Análise de Sistemas - FGV)
Leia o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas.
O diretor da empresa assegura que haverá mais ___________ e segurança no tratamento dado aos funcionários e também ao processo de ___________. É necessário ________, ainda, que há muitos pontos a serem discutidos, como a tão falada questão da ____________.
(A) acessibilidade/ rescisão/ frisar/ assiduidade
(B) acessibilidade/ recisão/ frisar/ asciduidade
(C) ascessibilidade/ rescisão/ frizar/ assiduidade
(D) assecibilidade/ rescisão/ frisar/ aciduidade
(E) acessibilidade/ ressisão/ frizar/ assiduidade
Comentário: a alternativa que melhor preenche a lacuna é a A: O diretor da empresa assegura que haverá mais acessibilidade e segurança no tratamento dado aos funcionários e também ao processo de rescisão. É necessário frisar, ainda, que há muitos pontos a serem discutidos, como a tão falada questão da
Assiduidade.
Acessibilidade = acesso.
Rescisão = rescindir.
Frisar = friso
Assiduidade = assíduo.
GABARITO: A
14. (SEDUC/AM - 2014 - Contador - FGV)
"Maioria crescente dos brasileiros".
No fragmento, o adjetivo "crescente" está grafado com sc.
Assinale, dentre as opções a seguir, a que apresenta o vocábulo corretamente grafado.
(A) prescisão.
(B) conscisão.
(C) descisão.
(D) ascensão.
(E) inscisão.
Comentário: atenção para a ortografia das palavras:
(A) prescisão < preciso (exato).
(B) conscisão < conciso (resumido, curto).
(C) descisão > decidir.
(D) ascensão - CORRETA! Ascensão (ascender) = subir, elevar, crescer.
Também existe o vocábulo acender, com "c", mas significa ligar, atear, colocar fogo.
(E) inscisão. > inciso (cortado)
GABARITO: D
15. (SEM - 2010 - Técnico Administrativo - FGV)
Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam corretamente grafadas.
a) pudico - decúbico
b) rúbrica - déficit
c) impecílio - hojeriza
d) disenteria - privilégio
e) possue - discreção
Comentário: vamos analisar as alternativas para encontrar aquela em que TODAS as palavras estejam grafadas corretamente:
a) pudico - decúbico. ERRADA.
Pudico está correto, significa que tem pudor, que é casto. Não possui acento, pois um vocábulo paroxítono terminado em "o".
Decúbico está grafado de maneira incorreta, significa posição de quem está deitado e deve ser grafado assim: decúbito.
b) rúbrica - déficit. ERRADA.
Rúbrica Não está correto, pois é uma paroxítona terminada em "a", portanto, não acentuada. O correto é rubrica.
Déficit está incorreto de acordo com o Novo Acordo Ortográfico, pois é uma palavra estrangeira e como tal não recebe acento, mesmo sendo proparoxítona.
c) impecílio - hojeriza. ERRADA.
Os dois vocábulos estão grafados incorretamente, o correto seria:
empecilho e ojeriza
d) disenteria - privilégio. CORRETA.
Sem nenhum erro nos vocábulos. Cuidado, pois popularmente costuma-se pronunciar equivocadamente "desinteria".
e) possue - discreção. ERRADA.
Possue (verbo "possuir" na terceira pessoa do singular do presente do indicativo) seria possui.
Discreção seria discrição (qualidade de quem é discreto).
GABARITO: D
Questões Propostas
Não é a chuva (fragmento)
Tem saído nos jornais: chuvas deixam São Paulo no caos. É verdade que os moradores estão sofrendo além da conta, quer estejam circulando pela cidade com seus carros ou nos ônibus e metrô, quer estejam em casa ou no trabalho. Três fatores criam a confusão: semáforos desligados; alagamentos nas ruas; falta de energia. Então, tudo culpa da chuva, certo? Errado.
Semáforos, por exemplo. Eles poderiam ter a fiação enterrada ou a fonte de energia e os sistemas de controle automático protegidos por caixas blindadas. Isso não é nenhuma maravilha da tecnologia, algo revolucionário. Existe em qualquer cidade organizada. E tanto é acessível que já há projetos para a instalação desses equipamentos em São Paulo. Se não avança, é culpa dos administradores - não da chuva.
Quanto aos alagamentos, ocorrem por falta de algum serviço ou obra, esta já prevista. Podem reparar. Sempre aparece alguma autoridade municipal ou estadual dizendo que a enchente aqui será resolvida com um piscinão, ali com a canalização de um córrego, em outra rua com a simples limpeza dos bueiros, e assim vai. De novo, sabe-se o que é preciso fazer, mas não se faz. Também não é culpa da chuva.
A falta de energia é outro estrago. Caem postes, desabam árvores, fiações são destruídas, transformadores pifam. Um amigo conta a situação na sua rua: os galhos de uma árvore cresceram muito e encostaram no transformador; quando chove com vento, os galhos vão batendo no transformador, já molhado, até desligá-lo. Sempre acontece isso.
Ora, por que não podam a árvore? Porque é preciso uma autorização formal da prefeitura, o que significa uma solicitação formal, um trâmite formal, a visita pessoal de um fiscal. Não sai antes da próxima chuva.
Podem reparar: em toda queda de árvore, sempre aparece um morador para dizer que aquilo era esperado, que já havia sido solicitada a poda ou a retirada. De novo, não tem nada a ver com a chuva.
(Carlos Alberto Sardenberg. O Globo, 28/02/2013)
1)
"Ora, por que não podam a árvore? Porque é preciso uma autorização formal da prefeitura,..."; nesse segmento do texto há uma diferente e correta grafia do vocábulo sublinhado. Assinale a frase a seguir em que esse mesmo vocábulo é grafado de forma incorreta.
a) Não se sabe bem o porquê de chover tanto em São Paulo.
b) Queria saber por que os governos não atuam eficientemente.
c) Os semáforos não funcionam por que?
d) Os semáforos não funcionam porque choveu muito.
e) Porque as autoridades não agem, o povo sofre.



2) Assinale a alternativa em que o elemento destacado NÃO tenha o mesmo sentido que o de trans-, em transvalorada (L. 31)
a) transbordar
b) trasantontem
c) tresnoitar
d) trastejar

3) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo processo de derivação é:
a) televisão, filme
b) emparelhado, debate
c) reinventado, biografia
d) naturalidade, ouro
e) verdade, pós-amor


4) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo mesmo processo de formação é:
a) responsabilidade, musicalidade, defeituoso
b) cativeiro, incorruptíveis, desfazer
c) deslealdade, colunista, incrível
d) anoitecer, festeiro, infeliz
e) reeducação, dignidade, enriquecer


5) Assinale a palavra em que o elemento con- (ou co-) NÃO tenha o mesmo valor que o de congêneres (L. 37).
a) concentrar
b) condomínio
c) contabilidade
d) confraria
6) Assinale a palavra que, no texto, exerça papel adjetivo.
a) dois (L. 28)
b) mais (L. 34)
c) bem (L.16)
d) regido (L. 25)
7) Analise as seguintes palavras.
escol-a escol-ar escol-arização escol-arizar sub-escol-arização
O elemento comum a todas elas é chamado
a) prefixo.
b) vogal temática.
c) radical.
d) sufixo.
e) desinência.
Nesta trajetória, em parte minha, em parte de minhas ficções - já escritas ou ainda nem definidas - ficou-me a certeza de que o bem supremo não é a vida mas uma vida digna; o bem maior não é o amor mas um amor que dê alegria e paz - e que, mesmo se terminar, continuará nos aquecendo na memória.
E que há sempre, em algum lugar talvez inesperado, a possibilidade de música e voo.
Não há fase da vida para ser paciente e virtuoso; não há idade para ser belo, amoroso e sensual.
De todos os meus livros, este é especialmente uma série de reflexões, em prosa e em poesia, sobre os medos e alegrias, ganhos e perdas que nos traz o amor em suas várias formas. Ele nos faz melhores se tiver sido bom; nos ajuda a aceitar a transformação se tiver sido terno; nos ensina a respeitar a liberdade se tiver sido sagrado. E se for tudo isso, certamente será um amor demorado, um amor delicado, um digno amor; mesmo doente vestirá seu traje de baile para não perturbar a calma de quem é amado; mesmo solitário porá a máscara da festa para não inquietar quem precisa partir.
Não sei se fui capaz dele ou se o mereci, mas esse amor - cuja duração nem sempre importa - vale muitas vidas e não nos pertence. Foi colocado em nós como um aroma num frasco, guiado por outra mão que não a do mero acaso. Tem em si uma luz que a maturidade torna mais vibrante e espalhada - e, apesar das dores, muito mais enternecida.
(Lya Luft)
8) "Tem em si uma luz que a maturidade torna mais vibrante e espalhada - e, apesar das dores, muito mais eternecida". A palavra destacada apresenta como significado correto.
a) Prender com laços.
b) Tornar-se terna, branda, amorosa, sensibilizado.
c) Qualidade de breve.
d) Avarenta, mesquinha.
e) Sentir com antecipação.
O aluno depende demais do Google
Para o historiador, o desafio é educar uma nova geração a usar a "máquina" chamada livro.
Ele é um rato de biblioteca. Robert Darnton ama os livros. Especialmente se forem antigos, com mais de 200 anos. Darnton é um dos maiores historiadores americanos. Por quatro décadas, explorou os meandros das grandes bibliotecas da Europa à caça de volumes perdidos de romances amorais do Antigo Regime ou da única cópia de um folhetim subversivo da França pré-revolucionária. Darnton, de 69 anos, se aposentou da Universidade Princeton em 2007 e assumiu a direção da Biblioteca da Universidade Harvard. Tomou a missão de digitalizar e tornar acessível gratuitamente pela Internet o conjunto da produção intelectual de Harvard. Defensor da nova tecnologia, Darnton detecta nos alunos a perda de intimidade com uma tecnologia mais antiga - o livro.
ÉPOCA - O livro tem futuro?
Robert Darnton - O livro é uma grande invenção. É agradável de manusear e ler. Não desaparecerá. Mas crianças e adolescentes têm hoje pouco contato com ele. Sua fonte de entretenimento é o computador. Os jovens são fascinados pelas pequenas doses de informação a que têm acesso pelos diferentes tipos de máquina e não desenvolvem o hábito das longas horas de leitura. Para eles, o livro é menos convidativo, confortável e familiar que para nós. Isso me preocupa. Creio que veremos surgir diversas formas de leitura e toda uma variedade de meios de comunicação. Os livros acadêmicos serão híbridos, publicados em parte na forma convencional, em parte online, com dados, links e material suplementar em áudio, vídeo e imagem. No caso dos livros de não ficção, que escrevo para o público leigo, acho ótimo poder exibir aspectos do passado graças à nova tecnologia.
ÉPOCA - Seus alunos ainda leem livros?
Robert Darnton - Meus alunos em Harvard são ávidos pela leitura. Mas não conhecem suas convenções, não sabem usar uma biblioteca, não sabem fazer pesquisas nem acompanhar as notas de rodapé. Eles dependem demais do Google. Ele é uma ferramenta fantástica, mas não é adequada para oferecer ao leitor o tipo de experiência, de degustação, que só o livro possibilita, como quando usamos o sumário para nos orientar ou folheamos capítulos aleatoriamente. O Google não permite isso. Haverá uma perda se dependermos demais desses mecanismos. Nesse sentido, sou pessimista. Devemos educar a nova geração a usar essa "máquina", o livro, do como foi criada para ser usada.
9) Em "[...] romances amorais do Antigo Regime [...]" (1º§), o termo sublinhado possui o mesmo sentido do prefixo em
a) acéfalo.
b) antepor.
c) ambíguo.
d) adjacência.
e) apodrecer.








