

Aula 16
Revisão geral - FCC
TRT 04 (RS) – 2011 - Analista Judiciário - Área Administrativa
TRT 20 (SE) – 2016 - Técnico Judiciário - Área Administrativa
SUMÁRIO
HORA DE PRATICAR – TRT 4 (RS) 2011 - AJAA
HORA DE PRATICAR – TRT 20 (SE) – 2016 – TJAA
QUESTÕES COMENTADAS
TRT 4ª Região (RS) – Analista Judiciário – FCC
Atenção: Para responder as questões de números 1 a 5, considere o texto abaixo.
Esta é uma história da Bossa Nova e dos rapazes e moças que a fizeram, quando eles tinham entre quinze e trinta anos. É também um livro que se pretende o mais factual e objetivo possível. Evidente que, tendo sido escrito por alguém que vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou este nome (e que nunca se conformou quando o Brasil começou a trocá-la por exotismos), uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita − sem interferir, espero, pró ou contra, na descrição da trajetória de qualquer personagem. Os seres humanos, assim como os LPs, têm lados A e B, e houve um esforço máximo para que ambos fossem mostrados.
Para compor essa história, as informações foram buscadas em primeira mão, entre os protagonistas, coadjuvantes ou figurantes de cada evento aqui descrito, citados na lista de agradecimentos. Toda informação importante foi checada e rechecada com mais de uma fonte. A natureza de certas informações torna impossível que sejam especificadas como “entrevista realizada no dia X, na cidade Y, com Fulano de Tal”, porque isto seria a quebra de um preceito ético de proteção à fonte. No caso de fontes que não se furtaram a ser identificadas, estas são mencionadas no corpo do texto. As histórias aqui incluídas levaram em conta apenas a importância que tiveram no desenvolvimento ou na carreira deste ou daquele artista ou da Bossa Nova em conjunto.
(Ruy Castro, “Introdução e agradecimentos”. Chega de saudade: a história e as histórias da Bossa Nova. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 15)
01. O autor do texto
(A) define o foco da pesquisa que deu origem ao livro: a reação de pessoas entre quinze e trinta anos diante do desenvolvimento da Bossa Nova.
(B) assume ter pretendido escrever uma história apaixonada sobre a Bossa Nova, o que o leva a pedir a indulgência do leitor quanto às inadequações decorrentes dessa intenção.
(C) advoga para seu relato a condição de “história”, por cumprir o protocolo científico: absoluta fidelidade na descrição dos fatos, dados definitivos e cabal objetividade.
(D) emprega simultaneamente história e histórias, o que libera a obra do compromisso com o constatável, como o ratifica o uso das palavras típicas da ficção personagem, protagonistas, coadjuvantes e figurantes.
(E) explicita a perspectiva adotada na produção da obra referindo-se a si próprio predominantemente em terceira pessoa, sem deixar, entretanto, em dado momento, de assumir diretamente sua voz.
Comentário: alunos, a primeira questão da prova é de interpretação pura.
É preciso pensar no objetivo do texto e como o autor chegou a tal objetivo para que a alternativa correta faça sentido! Vejamos cada uma (marcarei em vermelho o erro em cada uma delas):
(A) define o foco da pesquisa que deu origem ao livro: a reação de pessoas entre quinze e trinta anos diante do desenvolvimento da Bossa Nova.
ERRADA. O nome do livro é: “Chega de saudade: a história e as histórias da Bossa Nova”, explicitado na referência ao final do texto.
(B) assume ter pretendido escrever uma história apaixonada sobre a Bossa Nova, o que o leva a pedir a indulgência do leitor quanto às inadequações decorrentes dessa intenção.
ERRADA. O autor não teve a intenção de deixar transparecer a sua paixão pela Bossa Nova, embora saiba que é difícil segurar. Comprove com um trecho do texto: “É também um livro que se pretende o mais factual e objetivo possível. Evidente que, tendo sido escrito por alguém que vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou este nome (...), uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita − sem interferir, espero, pró ou contra, na descrição da trajetória de qualquer personagem”.
(C) advoga para seu relato a condição de “história”, por cumprir o protocolo científico: absoluta fidelidade na descrição dos fatos, dados definitivos e cabal objetividade.
ERRADO. O principal erro dessa alternativa é dizer que o autor quer cumprir com o protocolo científico, sendo que se trata de um texto narrativo (no caso, relato de uma história real).
(D) emprega simultaneamente história e histórias, o que libera a obra do compromisso com o constatável, como o ratifica o uso das palavras típicas da ficção personagem, protagonistas, coadjuvantes e figurantes.
ERRADA. Alternativa sem nexo! O que tem a ver “histórias e histórias” com o compromisso com o constatável? Alternativa péssima!
(E) explicita a perspectiva adotada na produção da obra referindo-se a si próprio predominantemente em terceira pessoa, sem deixar, entretanto, em dado momento, de assumir diretamente sua voz.
CORRETA. Perfeita! O autor assume a sua voz, posiciona-se emocionalmente diante do texto, mas mantém a terceira pessoa! Como exemplo do uso da terceira pessoa temos: “Para compor essa história, as informações foram buscadas em primeira mão” e “No caso de fontes que não se furtaram a ser identificadas, estas são mencionadas no corpo do texto”, entre outros trechos.
GABARITO: E
02. Compreende-se corretamente do texto:
(A) a comparação entre LPs e seres humanos (linha 8) se fundamenta no traço comum “caráter bifronte”.
(B) ao fazer referência a um esforço máximo (linha 9), o autor expressa sua concepção de que a volubilidade torna os seres humanos indecifráveis.
(C) ao referir-se a informações em primeira mão (linha 13), o autor informa que os eventos que compõem a história escrita por ele jamais tinham vindo a público.
(D) a caracterização de entrevista (linhas 18 e 19) prepara o leitor para a decodificação de certas informações que são tratadas de modo cifrado no livro.
(E) as histórias que compõem o livro (linha 23) não possuem relevo próprio, merecendo presença na obra unicamente por tangenciarem a trajetória da Bossa Nova.
Comentário: quero analisar cada alternativa em mais uma questão de interpretação textual. Ah! Para responder a uma questão como essa, é imprescindível voltar ao texto e contextualizar cada alternativa, ok!
(A) a comparação entre LPs e seres humanos (linha 8) se fundamenta no traço comum “caráter bifronte”.
CORRETA. Saiba que “caráter bifronte” é o mesmo de ter duas frontes, duas caras. Característica de alguém que é falso, traiçoeiro. Sendo assim, no trecho: “Os seres humanos, assim como os LPs, têm lados A e B, e houve um esforço máximo para que ambos fossem mostrados”, a comparação dos seres humanos com os LP’s serve para ilustrar que aqueles possuem dois lados, um bom e outro ruim, em um bifrontismo natural.
(B) ao fazer referência a um esforço máximo (linha 9), o autor expressa sua concepção de que a volubilidade torna os seres humanos indecifráveis.
ERRADA. O ator não disse que os homens são indecifráveis, muito menos por serem volúveis!
(C) ao referir-se a informações em primeira mão (linha 13), o autor informa que os eventos que compõem a história escrita por ele jamais tinham vindo a público.
ERRADA. Primeira mão quer dizer que o autor teve o trabalho de verificar entre os envolvidos a veracidade das informações, sendo ou não elas conhecidas do público.
(D) a caracterização de entrevista (linhas 18 e 19) prepara o leitor para a decodificação de certas informações que são tratadas de modo cifrado no livro.
ERRADA. Não se trata de decodificação e sim de privacidade, sigilo das informações.
(E) as histórias que compõem o livro (linha 23) não possuem relevo próprio, merecendo presença na obra unicamente por tangenciarem a trajetória da Bossa Nova.
ERRADA. As histórias possuem relevo próprio e importância sim (não unicamente na bossa nova, pode ter sido importante na carreira do artista individual também).
GABARITO: A
03. No primeiro parágrafo do texto,
(A) Esta (linha 1) e a (linha 1) são pronomes que se antecipam ao elemento a que cada um deles se refere.
(B) o segmento introduzido pelo travessão (linha 6) expressa um julgamento que traz as marcas de uma presunção.
(C) foram empregados com sentido equivalente os segmentos uma história da Bossa Nova (linha 1), um livro (linha 2) e escrito (linha 3).
(D) os parênteses (linhas 4 a 5) acolhem explicação sobre o que ocorreu com a Bossa Nova quando o Brasil começou a trocá-la por exotismos.
(E) a frase quando eles tinham entre quinze e trinta anos (linha 2) delimita o período da concomitância entre a vivência dos jovens e o ato de escrita da obra.
Comentário: voltando ao texto em TODAS as alternativas para perceber a remissão e a interpretação exatas, temos:
(A) Esta (linha 1) e a (linha 1) são pronomes que se antecipam ao elemento a que cada um deles se refere.
ERRADA. O “esta” realmente antecipa “história” (catáfora), mas o "a" refere-se a “uma história”, que vem antes do pronome (anáfora).
(B) o segmento introduzido pelo travessão (linha 6) expressa um julgamento que traz as marcas de uma presunção.
CORRETA. O autor julga que a sua paixão pela Bossa Nova não irá interferir na opinião pró ou contra, até que se prove o contrário (presunção), quando ele diz "espero”.
(C) foram empregados com sentido equivalente os segmentos uma história da Bossa Nova (linha 1), um livro (linha 2) e escrito (linha 3).
ERRADA. "uma história da Bossa Nova" e "um livro" não têm o mesmo sentido que "escrito", que é um verbo!
(D) os parênteses (linhas 4 a 5) acolhem explicação sobre o que ocorreu com a Bossa Nova quando o Brasil começou a trocá-la por exotismos.
ERRADA. Os parênteses não separam uma explicação, eles adicionam mais uma informação.
(E) a frase quando eles tinham entre quinze e trinta anos (linha 2) delimita o período da concomitância entre a vivência dos jovens e o ato de escrita da obra.
ERRADA. Concomitância significa ao mesmo tempo, o que não é o caso da vivência dos jovens durante o período da Bossa Nova e do período em que o livro foi escrito.
GABARITO: B
04. No contexto, o segmento que expressa uma causa é:
(A) (linha 1) que a fizeram.
(B) (linhas 2 e 3) que se pretende o mais factual e objetivo possível.
(C) (linhas 3 e 4) tendo sido escrito por alguém.
(D) (linha 6) uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita.
(E) (linhas 10 e 11) as informações foram buscadas em primeira mão.
Comentário: toda causa tem sua consequência, certo? Então veja:
“(...) tendo sido escrito por alguém que vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou este nome (...)” >>> CAUSA
“Uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita” >>> CONSEQUÊNCIA
A oração “tendo sido escrito por alguém” é classificada como subordinada adverbial causal reduzida de particípio.
Vale comentar que, nas alternativas (A) e (B), as orações “que a fizeram” e “que se pretende o mais factual e objetivo possível” são subordinadas adjetivas e transmitem valor de restrição. A alternativa (D) está errada, pois a estrutura “uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita” é a consequência, não a causa. Na alternativa (E), a oração “Para compor essa história,” encontra-se em relação de finalidade com a sua oração principal “as informações foram buscadas em primeira mão”.
GABARITO: C
05. O segmento do texto que, tendo sido transformado, preserva a correção original é:
(A) qualquer que sejam as personagens.
(B) devem haver muitas fontes mencionadas no corpo do texto.
(C) torna inacessível as especificações desejáveis.
(D) as fontes devem serem especificadas.
(E) os esforços haveriam de ser grandes.
Comentário: atenção, queridos:
(A) qualquer que sejam as personagens.
ERRADA. Erro de concordância! O correto é: quaisquer que sejam as personagens.
(B) devem haver muitas fontes mencionadas no corpo do texto.
ERRADA. Em uma locução verbal com o verbo “haver” impessoal, o verbo auxiliar assume a impessoalidade e fica invariável também. O correto é: deve haver muitas fontes mencionadas no corpo do texto.
(C) torna inacessível as especificações desejáveis.
ERRADA. Outro erro de concordância! O verbo “tornar” deve concordar com “especificações desejáveis”, no plural: tornam inacessíveis as especificações desejáveis.
(D) as fontes devem serem especificadas.
ERRADA. Essa está péssima! Apenas o auxiliar sofre flexão! As fontes devem ser especificadas
(E) os esforços haveriam de ser grandes.
CORRETA! O verbo haver nesta frase não está no sentido de existir, logo ele pode ser flexionado!
GABARITO: E
Atenção: Para responder às questões de números 6 a 8, considere o texto abaixo.
“A conciliação, antes de tudo, tem proporcionado às partes o efetivo acesso à Justiça, pois elas participam diretamente no resultado apaziguador do conflito. Além de despertar no cidadão o sentimento de segurança e confiança, encorajando-o na defesa de seus direitos, a conciliação devolve credibilidade, eficiência e, sobretudo, rapidez na prestação jurisdicional”. Com essas palavras, o desembargador federal coordenador do gabinete da Conciliação do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), Antonio Cedenho, define o que é este ato capaz de reduzir processos na justiça.
(Viviane Ponstinnicoff. “Conciliação é a solução”. Justiça em Revista − publicação bimestral da Justiça Federal de Primeiro Grau em São Paulo. Ano IV- dezembro 2010, n. 20, p. 6)
06. É INCORRETO afirmar que, no contexto, o emprego de
(A) antes de tudo cria a expectativa de que muitas são as vantagens advindas da conciliação.
(B) efetivo deixa subentendida a ideia de que nem sempre os cidadãos veem cumprido seu direito à Justiça.
(C) tem proporcionado é indicador de fato repetido ou contínuo.
(D) diretamente faz supor que há procedimentos jurídicos em que as partes se fazem representar por interpostos.
(E) apaziguador permite a conclusão de que todos os processos que chegam ao gabinete da Conciliação terminam com o acordo entre as partes.
Comentário: atenção! A questão pede a alternativa ERRADA!
Observe que a alternativa E conclui algo não está indicado no texto, pois apaziguar é acalmar os ânimos das pessoas que partem para a conciliação. Isso não quer dizer que as partes chegarão a um acordo.
GABARITO: E
07. A substituição que garante o sentido original, com clareza e correção, é:
(A) e, sobretudo, rapidez na prestação jurisdicional por “e sobretudo, rapidez na prestação jurisdicional”.
(B) despertar no cidadão por despertar-lhe.
(C) encorajando-o na defesa de seus direitos por encorajando este na sua defesa de direitos.
(D) pois por porquanto. (E) Antonio Cedenho, define por “Antonio Cedenho define”.
Comentário: a questão quer que o candidato encontre a alternativa em que a mudança proposta NÃO altere o SENTIDO nem a CORREÇÃO! Vejamos:
(A) e, sobretudo, rapidez na prestação jurisdicional por “e sobretudo, rapidez na prestação jurisdicional”.
ERRADA. Ou se deve retirar as duas vírgulas ou manter as duas!
(B) despertar no cidadão por despertar-lhe.
ERRADO. Há mudança no sentido original ao trocar cidadão por lhe, passando a referenciar termo anterior, no caso "as partes". Além disso, o pronome deveria estar no plural (lhes).
(C) encorajando-o na defesa de seus direitos por encorajando este na sua defesa de direitos.
ERRADA. Há mudança no sentido original ao trocar "defesa de seus direitos" por "sua defesa de direitos"
(D) pois por porquanto.
CORRETO, ambas são conjunções explicativas e podemos trocá-las sem alterar o sentido original.
(E) Antonio Cedenho, define por “Antonio Cedenho define”.
ERRADA. O aposto “Antonio Cedenho” deve permanecer entre vírgulas para que se mantenha a correção gramatical.
GABARITO: D
08. A conciliação, antes de tudo, tem proporcionado às partes o efetivo acesso à Justiça, pois elas participam diretamente no resultado apaziguador do conflito.
Transpondo o segmento destacado na frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante é:
(A) têm proporcionado.
(B) tem sido proporcionado.
(C) tinham proporcionado.
(D) era proporcionado.
(E) foi proporcionado.
Comentário: o trecho destacado, transposto para a voz passiva, seria:
“o efetivo acesso à Justiça, antes de tudo, tem sido proporcionado às partes pela conciliação”. Observe que o tempo composto mudou apenas pela colocação do verbo ser (no particípio) + proporcionado, formando uma locução verbal de voz passiva analítica ser + particípio.
GABARITO: B
09. A frase redigida de modo claro e condizente com o padrão culto escrito é:
(A) A criação, coordenação e assessoria a cursos profissionalizantes está a cargo de ambos os formados na área, de cujo conhecimento de ponta muito se depende.
(B) Advoguei junto ao chefe do rapaz que sua atuação tanto profissional como em sociedade não deixava nada à desejar, o que lhe ajudou bastante naquela pendência.
(C) Ele era o único que espontaneamente se dignava de ouvir-nos a todos, sem exceção, e consentia prazeroso até o depoimento mais insosso ou desajeitado.
(D) Não posso atribuir unicamente a precária condição de acesso à Educação a apenas a condição de miscigenação dos que desejam ascender à sua dignidade.
(E) Os resultados da pesquisa científica levada a efeito no ano passado deve ser aberta àquele núcleo que a instigou, não devendo ficar restrito aos especialistas.
Comentário: vamos analisar as falhas em cada alternativa errada:
(A) A criação, coordenação e assessoria a cursos profissionalizantes está a cargo de ambos os formados na área, de cujo conhecimento de ponta muito se depende.
ERRADA. Problema de concordância verbal, pois o sujeito é composto "A criação, coordenação e assessoria a cursos profissionalizantes" e leva o verbo ao plural: estão.
(B) Advoguei junto ao chefe do rapaz que sua atuação tanto profissional como em sociedade não deixava nada à desejar, o que lhe ajudou bastante naquela pendência.
ERRADA. De cara percebemos o erro no uso da crase antes de verbo em “à desejar”. Percebemos também que, na oração "que sua atuação tanto profissional como em sociedade não deixava", o "que" e o pronome "sua" soam estranho, porque estão entre dois substantivos com valor de posse. Assim, cabe o pronome relativo "cuja". O termo "cuja atuação" é o sujeito, por isso não é precedido de preposição.
(C) Ele era o único que espontaneamente se dignava de ouvir-nos a todos, sem exceção, e consentia prazeroso até o depoimento mais insosso ou desajeitado.
CORRETA. Perceba que o verbo "se dignava" é transitivo indireto e por isso há preposição "de" em seguida. Note que a expressão "-nos a todos" significa "a todos nós". Assim, temos o objeto direto "nos" e o reforço pleonástico "a todos". Isso está correto. Veja que a dupla vírgula está correta, por intercalar o adjunto adverbial de modo "sem exceção".
(D) Não posso atribuir unicamente a precária condição de acesso à Educação a apenas a condição de miscigenação dos que desejam ascender à sua dignidade.
ERRADA. A locução verbal "posso atribuir" é transitiva direta e indireta (atribuir alguma coisa a alguém). O termo "a precária condição de acesso" é o objeto direto, seguido do complemento nominal "à Educação". O objeto indireto deve ser precedido da preposição "a". Como o núcleo "condição" admite artigo "a", ocorrerá a crase: "à condição". Assim, deve-se retirar a preposição "a" antes de "apenas", pois esta preposição se repete depois deste vocábulo formando a crase (à condição).
(E) Os resultados da pesquisa científica levada a efeito no ano passado deve ser aberta àquele núcleo que a instigou, não devendo ficar restrito aos especialistas.
ERRADA. O sujeito "Os resultados da pesquisa científica" possui núcleo plural (os resultados”, sendo assim, o ideal é a concordância do particípio “levava” no plural e masculino: levados. Além disso, esse sujeito da oração principal deve levar a locução verbal para o plural: devem ser abertos.
O mesmo ocorrendo com o adjetivo "restrito": restritos. Nesse contexto, cabe o pronome "a" retomando apenas "pesquisa" e não "resultados".
GABARITO: C
10. Está correta a seguinte frase:
(A) Já está inserto na obra o trecho em que ele afirma acreditar muito na água que considera benta, pois diz que, tendo sido benzida em dia de muito fervor, é miraculosa.
(B) Urge, e ninguém discorda disso, as medidas já anunciadas, porém se o secretário dispuser de imediato de toda a verba prometida, poderá haver problemas mais à frente.
(C) Tratam-se de advertências as mais singulares, entre elas a que incita os cidadãos a que remediem por si sós os danos cuja reparação está legalmente sob o dever do estado.
(D) O presidente advertiu Vossa Excelência para que não deixeis passar o prazo previsto no acordo, caso em que sereis responsabilizado legalmente pelo decurso.
(E) Tenho exausto minhas forças nesse pretencioso projeto, mas nem que consiga o octagésimo lugar no concurso, que é o último, espero vê-lo analisado.
Comentário:
apenas a alternativa A está perfeita! Percebemos erros nas outras de vários segmentos: concordância, ortografia, flexão, pontuação, conjunção (sentido) .... Muita análise envolvida. Tentarei simplificar para não ficar pesado. Consertei as alternativas:
b) URGEM, e ninguém discorda disso, as medidas já anunciadas, PORÉM, se o secretário dispuser de imediato de toda a verba prometida, poderá haver problemas mais à frente.
c) TRATA-SE de advertências as mais singulares POSSÍVEIS, entre elas aS que INCITAM os cidadãos a que REMEDEIEM por si sós os danos cuja reparação está ESTEJA legalmente sob o dever do estado.
d) O presidente advertiu Vossa Excelência para que não DEIXE passar o prazo previsto no acordo, caso em que SERÁ responsabilizado legalmente pelo decurso.
(pronomes de tratamento conjugam verbos em 3ª pessoa)
e) Tenho EXAURIDO minhas forças nesse PRETENSIOSO projeto, mas nem que consiga o OCTOGÉSIMO lugar no concurso, que é o último, espero vê-lo analisado.
GABARITO: A
11. A redação correta é:
(A) A regente insistiu junto à auxiliar que caberia à ela falar com a imprensa e nós, não aquiecendo, impusemos que a mídia tem de lidar com nós mesmos, os funcionários.
(B) Diz-se que o tio é mais bom do que preparado, mas o convívio com a adolescente tem sido dulcíssimo, em que lhe pesem os excessivos maus humores da jovem.
(C) Pai extremoso, ele soe ser o melhor conselheiro dos filhos, salvo se o exacerbam os ânimos ao reincidirem pela enésima vez no mesmo erro.
(D) Em se cuidando dessa doença no início, não existe dúvidas de que haverá cura − é o que os Estados Unidos, recentemente, provou ao mundo.
(E) Desejando intensamente alçar-se diretor e ele passou a agir com zelo e discrição, não exitando em exceder suas funções e o horário do fim do expediente.
Comentário: questão muito parecida com a anterior da prova! Envolvem muito conhecimento junto. A alternativa B está perfeita! Analisando cada alternativa errada, temos:
(A) A regente insistiu junto à auxiliar que caberia à ela falar com a imprensa e nós, não aquiecendo, impusemos que a mídia tem de lidar com nós mesmos, os funcionários.
ERRADA. Não há crase antes de pronome pessoal oblíquo tônico. Além disso, a forma verbal “aquiecendo” está grafada erradamente. Deveria ser “aquiescendo”.
(C) Pai extremoso, ele soe ser o melhor conselheiro dos filhos, salvo se o exacerbam os ânimos ao reincidirem pela enésima vez no mesmo erro.
ERRADA. O verbo soer (costumar) está conjugado errado. O correto é: “ele sói”
(D) Em se cuidando dessa doença no início, não existe dúvidas de que haverá cura - é o que os Estados Unidos, recentemente, provou ao mundo.
ERRADA. Vejo dois problemas de concordância: o verbo “existir” deve concordar em número com seu sujeito “dúvidas” e o verbo “provar” deve concordar em número com seu sujeito “os Estados Unidos”. Lembrando que o verbo haver no sentido de existir não varia, pois é impessoal e o verbo do sujeito “os Estados Unidos” só varia em número, ficando no plural, porque tal expressão está antecedida de artigo.
(E) Desejando intensamente alçar-se diretor e ele passou a agir com zelo e discrição, não exitando em exceder suas funções e o horário do fim do expediente.
ERRADA. Muitos problemas aqui: há truncamento sintático, pois não há oração principal destas orações subordinadas reduzidas de gerúndio e não há paralelismo sintático na segunda oração subordinada, que deveria estar em forma reduzida, ou seja: “Desejando intensamente alçar-se diretor e passando a agir com zelo e discrição...”. Além disso, o verbo “exitando” não existe, mas sim “hesitando”, de hesitar.
GABARITO: B
12. A única frase NÃO pontuada corretamente é:
(A) É minha opinião, que não se deve falar mal de ninguém; e menos ainda daqueles que prestam serviços públicos: estes querendo ou não, estão a nosso serviço cotidianamente.
(B) Só muito tempo depois de sua partida (vejam o que é a indecisão imposta pelo medo!), compreendi que era só uma mudança de bairro, e então prometi que a visitaria logo.
(C) À beira de um ano novo − e quase à beira do outro século −, a imprensa discutia ainda a mesma questão, crucial, sem dúvida, que ocupara por décadas o espírito dos homens públicos.
(D) Encontrando o rapaz no lugar combinado, não o saudei; olhei-o, porém, fixamente, e sorri, é verdade, mas como se fosse para alguém a quem se cumprimenta só por obrigação.
(E) A mais alta delas andava rapidamente; a outra, cantando e sorrindo, fazia dos passos um modo de brinquedo, então bastante em moda entre os mais jovens.
Comentário:
questão direcionada. A banca vai testar se você conhece especificamente sobre pontuação. É mais fácil ainda, basta encontrar a alternativa que possui erro de pontuação! Observe a alternativa A, nela é possível encontrar dois erros:
(A) É minha opinião, (1) que não se deve falar mal de ninguém; e menos ainda daqueles que prestam serviços públicos: estes (2) querendo ou não, estão a nosso serviço cotidianamente.
1 - Entre a oração principal e a subordinada substantiva não se usa vírgula, com exceção da substantiva apositiva que pode vir separada por vírgula ou dois pontos.
2 - faltou vírgula para isolar o comentário que está entre sujeito e verbo.
GABARITO: A
TRT 20 (SE) – Técnico Judiciário – FCC
Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de “mudar o mundo” não soa tão inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos, acessíveis e extremamente fáceis de transportar e de compartilhar com outras pessoas. Melhor ainda: são ideais para a sala de aula. Entre rimas, estrofes e melodias, muitos assuntos pertinentes podem ser tratados e debatidos.
Nos últimos quatro anos, desde que comecei a publicar os meus cordéis, recebi centenas de mensagens com depoimentos de educadores que compram meus folhetos e utilizam minhas rimas para falar sobre questões raciais, de gênero, de diversidade sexual e história. Com a série Heroínas Negras na História do Brasil, séculos de esquecimento começam a ser rompidos e muita gente escuta falar, pela primeira vez, sobre as mulheres negras que foram líderes quilombolas e guerreiras na luta contra a escravidão.
Pelo cordel, nomes como Tereza de Benguela, Dandara dos Palmares, Zacimba Gaba e Mariana Crioula protagonizam discussões acaloradas sobre racismo e machismo; até mesmo uma aula de português pode ser a oportunidade perfeita para colocar essas questões em pauta.
Esse tipo de cordel com proposta social é chamado de Cordel Engajado e pode trazer política, defesa de causas e críticas sociais para a literatura de uma maneira profundamente envolvente. Afinal, a literatura de cordel é excelente para a transformação da sociedade em uma realidade onde exista mais equidade e respeito pela diversidade.
Esse respeito, aliás, pode começar pela própria valorização do cordel, algo que só deve acontecer quando todos os empecilhos preconceituosos forem tirados do caminho. Ainda há muito a se caminhar, sobretudo com o alarme do tempo piscando e gritando que um dia, infelizmente, o cordel pode virar artigo de museu.
(Adaptado de: ARRAES, Jarid. “A literatura de cordel...”, Blooks. Rio de Janeiro: Ginga Edições, 2016, p. 12-13).
01. (TRT 20 (SE) – TÈcnico Judiciário – FCC) De acordo com o texto,
a) o preconceito relacionado à literatura de cordel deve-se sobremaneira às histórias com protagonistas ligados a temas como diversidade sexual, racial e questões de gênero.
b) o cordel, por ser barato e de fácil difusão, pode ser usado como um instrumento de educação para um mundo mais igualitário, a começar pelo modo como ele próprio é visto pela sociedade.
c) o cordel presta-se aos mais variados fins ideológicos, por ser um suporte barato para ideias facilmente aceitáveis pelas minorias políticas, como mulheres e negros.
d) o cordel vem se tornando um objeto de museu, seja por ser um símbolo da cultura oral da população do Nordeste, seja pelo caráter edificante de suas histórias.
e) por mais que o cordel possa ser usado em aulas de língua portuguesa, não é este seu uso primordial, uma vez que se caracteriza por uma linguagem nem sempre recomendável.
Comentário: vejamos cada alternativa:
a) ERRADA por extrapolação. O texto não diz a causa do preconceito.
b) CORRETA! Comprove: “o cordel, por ser barato e de fácil difusão, pode ser usado como um instrumento de educação para um mundo mais igualitário, a começar pelo modo como ele próprio é visto pela sociedade.
Os folhetos de cordel são baratos, acessíveis e extremamente fáceis (...)
(...) a literatura de cordel é excelente para a transformação da sociedade em uma realidade onde exista mais equidade e respeito pela diversidade”
C) ERRADA. A alternativa extrapola ao afirmar que as ideias vinculadas nos cordéis são facilmente aceitáveis pelas minorias políticas, como mulheres e negros.
D) ERRADA! O Cordel não está em processo para tornar-se museu. Segundo o texto isso pode, um dia acontecer.
“(...) com o alarme do tempo piscando e gritando que um dia, infelizmente, o cordel pode virar artigo de museu”.
O texto também não fala sobre o Cordel ser um símbolo da cultura oral do povo nordestino.
E) ERRADA. A alternativa trouxe ideias não contidas no texto.
GABARITO: B
02. Mantendo-se o sentido, nos segmentos abaixo, o termo sublinhado que pode ser substituído por “a fim de” encontra-se em:
a) Melhor ainda: são ideais para a sala de aula. (1° parágrafo)
b) ... a literatura de cordel é excelente para a transformação da sociedade... (4°parágrafo)
c) ...e pode trazer política, defesa de causas e críticas sociais para a literatura de uma maneira profundamente envolvente...(4°parágrafo)
d) ... pode ser a oportunidade perfeita para colocar essas questões em pauta. (3°parágrafo)
e) ... e utilizam minhas rimas para falar sobre questões raciais... (2°parágrafo)
Comentário:
a palavra “para” foi usada como conjunção que expressa finalidade apenas na alternativa E. Para confirmar, substitua “para” por “a fim de”: utilizam minhas rimas a fim de falar sobre...
Nas demais alternativas, o vocábulo foi usado como preposição.
Em A, indica aptidão (usado para sala de aula, é apto para a sala de aula).
Em B, está sendo exigido pelo nome excelente (algo excelente para...).
Em C, é exigida pelo verbo “trazer” (trazer isso para algum lugar, alguém ou alguma coisa).
Em D, o “para” foi exigido pelo sintagma composto OPORTUNIDADE PERFEITA, ou seja, oportunidade perfeita para quê? Exige a preposição PARA.
GABARITO: E
Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de “mudar o mundo” não soa tão inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos, acessíveis e extremamente fáceis de transportar e de compartilhar com outras pessoas. (1º parágrafo).
03. Mantendo-se a correção e a lógica, e fazendo-se as alterações necessárias na pontuação entre minúsculas e maiúsculas, as frases acima podem ser articuladas em um único período mediante o uso de, após “inalcançável”:
a) uma vez que
b) conquanto
c) de maneira que
d) a tal ponto que
e) caso
Comentário:
o comando da questão pede que o candidato una dois períodos através do uso de uma conjunção ou locução conjuntiva. Para tanto, é importante reconhecer qual é a relação de sentido existente entre um período e o outro. Vejam:
Os folhetos de cordel são baratos, acessíveis e extremamente fáceis de transportar e de compartilhar com outras pessoas = CAUSA
Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de “mudar o mundo” não soa tão inalcançável = CONSEQUÊNCIA
Sendo assim, a alternativa A traz a opção de resposta correta, já que “uma vez que” é uma locução conjuntiva que indica causa.
Vejam o que as outras expressam:
b) conquanto = concessão
c) de maneira que =
d) a tal ponto que = consequência
e) caso = condição
GABARITO: E
04. Leia as afirmações abaixo a respeito da pontuação do 2º parágrafo.
I. A vírgula imediatamente após “anos” tem por função separar dois segmentos de função sintática semelhante no período.
II. A vírgula imediatamente após “cordéis” justifica-se pelo fato de que todo o trecho anterior a ela, de caráter adverbial, antecede a oração principal.
III. Imediatamente após o termo “rompidos” pode-se acrescentar uma vírgula, uma vez que separaria orações de sujeitos diferentes.
Está correto o que se afirma em
a) II e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III.
d) I, apenas.
e) III, apenas.
Comentário: releia o segundo parágrafo:
“Nos últimos quatro anos, desde que comecei a publicar os meus cordéis, recebi centenas de mensagens com depoimentos de educadores que compram meus folhetos e utilizam minhas rimas para falar sobre questões raciais, de gênero, de diversidade sexual e história. Com a série Heroínas Negras na História do Brasil, séculos de esquecimento começam a ser rompidos e muita gente escuta falar, pela primeira vez, sobre as mulheres negras que foram líderes quilombolas e guerreiras na luta contra a escravidão”.
I. A vírgula imediatamente após “anos” tem por função separar dois segmentos de função sintática semelhante no período.
CORRETO. Tanto “Nos últimos quatro anos” quanto “desde que comecei a publicar os meus cordéis” têm função adverbial.
II. A vírgula imediatamente após “cordéis” justifica-se pelo fato de que todo o trecho anterior a ela, de caráter adverbial, antecede a oração principal.
CORRETO. Todo o sintagma “Nos últimos quatro anos, desde que comecei a publicar os meus cordéis” é adverbial e está ligado à ação verbal “recebi”.
III. Imediatamente após o termo “rompidos” pode-se acrescentar uma vírgula, uma vez que separaria orações de sujeitos diferentes.
CORRETO. A vírgula antes do “e”, com sujeitos diferentes nas orações, é facultativa. Observem em destaque o sujeito de cada oração:
“...séculos de esquecimento começam a ser rompidos e muita gente escuta falar
GABARITO: C
05. ... uma realidade onde exista mais equidade e respeito pela diversidade. (4º parágrafo).
A respeito do verbo sublinhado acima, afirma-se corretamente:
a) O modo imperativo enfatiza o desejo do autor por uma cidade mais igualitária.
b) Pode ser substituído pelo verbo “haver”, tanto no singular como no plural.
c) O modo subjuntivo reforça o caráter exortativo da recomendação
d) Pode ser substituído pela forma “existam”, sem prejuízo para a correção.
e) O modo indicativo assinala a possibilidade de uma nova realidade.
Comentário:
a) O modo imperativo enfatiza o desejo do autor por uma cidade mais igualitária.
ERRADO. No modo Imperativo, exprime um sentido de ordem, não desejo.
b) Pode ser substituído pelo verbo “haver”, tanto no singular como no plural.
ERRADO. O verbo haver no sentido de existir somente ficará impessoal, ou seja, não tem sujeito e não pode ficar no plural.
c) O modo subjuntivo reforça o caráter exortativo da recomendação.
ERRADO. O modo subjuntivo expressa desejo, dúvida, incerteza.
d) Pode ser substituído pela forma “existam”, sem prejuízo para a correção.
CORRETO. Como o sujeito está posposto ao verbo, e, no caso da questão o sujeito tem dois núcleos (composto), é facultativo ao verbo concordar com o mais próximo ou concordar com os dois (no plural).
e) O modo indicativo assinala a possibilidade de uma nova realidade.
ERRADO. O modo indicativo exprime uma certeza, não uma possibilidade.
GABARITO: D
O conceito de infância, como o conhecemos, consolidou-se no Ocidente a partir do século XVIII. Até o século XVI, pelo menos, assim que conseguissem se virar sem as mães ou as amas, as crianças eram integradas ao mundo dos adultos. A infância, como idade da brincadeira e da formação escolar, ao mesmo tempo com direito à proteção dos pais e depois à do Estado, é algo relativamente novo.
A infância não é um conceito determinado apenas pela biologia. Como tudo, é também um fenômeno histórico implicado nas transformações econômicas e sociais do mundo, em permanente mudança e construção.
Hoje há algo novo nesse cenário. Vivemos a era dos adultos infantilizados. Não é por acaso que proliferaram os coaches. Coach, em inglês, significa treinador. Originalmente, treinador de esportistas. Nesse conceito importado dos Estados Unidos, país que transformou a infância numa bilionária indústria de consumo, a ideia é a de que, embora estejamos na idade adulta, não sabemos lidar com a vida sozinhos. Precisamos de um treinador que nos ajude a comer, conseguir amigos e emprego, lidar com conflitos matrimoniais e profissionais, arrumar as finanças e até mesmo organizar os armários. Uma espécie de infância permanente do indivíduo.
Os adultos infantilizados desse início de milênio encarnam a geração do “eu mereço”. Alcançar sonhos, ideais ou mesmo objetivos parece ser compreendido como uma consequência natural do próprio existir, de preferência imediata. Quando essa crença fracassa, é hora de buscar o treinador de felicidade, o treinador de saúde. É estarrecedor verificar como as gerações que estão aí parecem não perceber que dá trabalho conquistar o que se deseja. E, mesmo que se esforcem muito, haverá sempre o que não foi possível alcançar.
(Adaptado de: BRUM, ELIANE. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca)
06. Atente para as afirmações abaixo.
I. No texto, assinala-se a infantilização dos adultos de hoje que, de um lado, precisam de ajuda para resolver diversos tipos de conflito e, de outro, creem que atingirão suas metas sem maiores esforços.
II. As mudanças históricas ocorridas no conceito de infância fizeram com que esta passasse de uma fase de brincadeiras criativas e formação educacional a um período de consumo extremo, amplamente explorado pelo mercado.
III. A tendência atual de buscar “treinadores” que interferem em diversas áreas da vida, seja solucionando conflitos pessoais ou promovendo atitudes positivas no trabalho, é reflexo do aumento da competitividade, que faz com que os indivíduos tenham que se esforçar ao máximo para atingir suas metas.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) III.
Comentário: vejamos:
I. CERTA!
Confirma-se no seguinte trecho do texto:
“Precisamos de um treinador que nos ajude a comer, conseguir amigos e emprego, lidar com conflitos matrimoniais e profissionais (...)
(...) encarnam a geração do “eu mereço”. Alcançar sonhos, ideais ou mesmo objetivos parece ser compreendido como uma consequência natural do próprio existir (...)”
II. ERRADA! Extrapolou. O texto não fala em consumo extremo.
III. ERRADA! Extrapolou. O texto não fala em competitividade.
GABARITO: A
07. Precisamos de um treinador que nos ajude a comer...
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o sublinhado acima está também sublinhado em:
a) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as amas...
b) Não é por acaso que proliferaram os coaches.
c) .. país que transformou a infância numa bilionária indústria de consumo...
d) E, mesmo que se esforcem muito...
e) Hoje há algo novo nesse cenário.
Comentário:
O verbo “ajudar” está no Presente do Modo Subjuntivo (que ele ajude). Vejamos as alternativas para buscar um verbo que esteja no mesmo tempo e modo.
A) CONSEGUISSEM!
Preterito Imperfeito do Modo Subjuntivo.
B) PROLIFERARAM!
Préterito Perfeito do Modo Indicativo.
C) TRANSFORMOU!
Preterito Prefeito do Modo Indicativo.
D) ESFORCEM! GABARITO!!!
Presente do Modo Subjuntivo
E) HÁ!
Presente do Modo Indicativo
GABARITO: D
08. Identifica-se noção de concessão no segmento que se encontra em:
a) Quando essa crença fracassa... (último parágrafo)
b) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as amas... (1º parágrafo)
c) ... a partir do século XVIII. (1º parágrafo)
d) ... em permanente mudança e construção. (2º parágrafo)
e) .. embora estejamos na idade adulta... (3º parágrafo)
Comentário: a conjunção “embora” é tipicamente concessiva. Nas alternativas A, B e C temos ideia de tempo, já na D não há noção adverbial marcada.
GABARITO: E
09. Está correta a redação que se encontra em:
a) Segundo pesquisadores, como nem todas as crianças vivem a infância propriamente dita, devido as suas condições econômicas, sociais e culturais, as particularidades da infância não são reconhecidas por todas as crianças.
b) A visão que os adultos atualmente tem da criança foi historicamente construído ao longo das transformações sóciais e históricas.
c) No passado, nem sempre as questões relacionadas à criança fazia com que esta fosse vista, pela sociedade, como um ser que necessita de atenção diferenciada e proteção do Estado.
d) Surge, no início do século XVII, juntamente com o desenvolvimento de noções inovadoras sobre o comportamento infantil, um novo tipo de literatura pedagógica destinada aos pais e educadores.
e) O desenvolvimento de sentimentos específicos em relação a infância tornaram-se mais significativos durante o século XVII, quando começa a mudar certos costumes começam a mudar.
Comentário:
Vou destacar o que precisa ser revisto em cada alternativa fazendo as devidas correções.
a) ERRADO. Segundo pesquisadores, como nem todas as crianças vivem a infância propriamente dita, devido às suas condições econômicas, sociais e culturais, as particularidades da infância não são reconhecidas por todas as crianças.
b) ERRADO. A visão que os adultos atualmente têm da criança foi historicamente construído ao longo das transformações sociais e históricas.
c) ERRADO. No passado, nem sempre as questões relacionadas à criança faziam com que esta fosse vista, pela sociedade, como um ser que necessita de atenção diferenciada e proteção do Estado.
e) ERRADO. O desenvolvimento de sentimentos específicos em relação a infância tornou-se mais significativo durante o século XVII, quando começam a mudar certos costumes.
GABARITO: D
10. Afirma-se corretamente:
a) No segmento O conceito de infância, como o conhecemos, consolidou-se no Ocidente (1° parágrafo), o elemento sublinhado refere-se a “Ocidente”.
b) No segmento com direito à proteção dos pais e depois à do Estado (1° parágrafo), o sinal indicativo de crase que antecede o termo “do” é facultativo e pode ser suprimido.
c) O elemento sublinhado em é também um fenômeno histórico implicado nas transformações econômicas e sociais do mundo (2° parágrafo) pode ser corretamente substituído por: “compelido”.
d) Mantendo-se a correção e o sentido, o segmento sublinhado em país que transformou a infância numa bilionária indústria de consumo (3° parágrafo) pode ser substituído por: “cuja a infância foi transformada”.
e) Fazendo-se as devidas alterações entre minúsculas e maiúsculas, as frases Hoje há algo novo nesse cenário / Vivemos a era dos adultos infantilizados (3° parágrafo) podem ser articuladas em um único período com o uso do sinal de dois-pontos.
Comentário:
na alternativa A, o “o” refere-se a “conceito”.
Na alternativa B, a crase em “à do estado” é obrigatório, pois está subentendida a palavra feminina “proteção”.
Entendemos na alternativa C que “impelido” é o mesmo que estar inserido em algo. Já “compelido” é aquele que é obrigada a fazer algo contra a sua vontade. Sendo assim, a troca de um vocábulo poelo outro é indevida, já que não são sinônimos.
Não é possível a substituição propostra em D, pois, no texto original, temos voz ativa, enquanto na reescrita temos voz passiva.
A alternativa E é a correta para a questão. A reescrita ficaria assim:
Hoje há algo novo nesse cenário: vivemos a era dos adultos infantilizados.
GABARITO: E


