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Curso de Língua Portuguesa
Módulo 2
Aula 19 - Classes de Palavras 1

Caro(a) cursista

Na aula de hoje veremos as classes de palavras

Ancora 1
Conteúdo da Aula

Classes de Palavras I

“O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.”
 

Ariano Suassuna


MORFOLOGIA
 

Trata-se do estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. O objetivo da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período (disso trata a sintaxe). A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de
palavras ou classes gramaticais. São elas:


VARIÁVEIS (sofrem flexões):


1. SUBSTANTIVO: designa os seres reais ou fictícios.
Ex.: pato, ave, Deus, lobisomem, alegria, Barbacena, dó, pé-demoleque.

 

2. ADJETIVO: indica as características dos seres.
Ex.: bela, selvagem, brasileiro, amarelo-claro, famoso, azul.

 

3. ARTIGO: acompanha o substantivo, determinando-o ou generalizando-o.
Ex.: o, a, os, as / um, uma, uns, umas

 

4. NUMERAL: indica quantidade ou ordem dos seres.
Ex.: um, dois, primeiro, décimo, meio, dobro

 

5. PRONOME: é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo (nome) em relação às pessoas do discurso.
Ex.: Ela veio à nossa casa.

 

6. VERBO: indica processo, exprimindo ação, estado ou fenômeno.
Ex.: voar, cantar, sofrer, ser, estar, chover, nevar

 

INVARIÁVEIS:
 

7. ADVÉRBIO: modifica essencialmente o verbo, exprimindo uma circunstância (modo, tempo, lugar).
Ex.: bem, mal, muito, meio, talvez, calmamente, hoje, logo, aqui, perto, sim, não

 

8. PREPOSIÇÃO: liga duas palavras estabelecendo entre elas certas relações (posse, companhia etc.).
Ex.: A casa é DE Luís.


Principais: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
 

9. CONJUNÇÃO: liga duas orações coordenando-as, subordinando-as.
Ex.: Ele chora E ri ao mesmo tempo.

É verdade QUE ele fala muito?
Sairei QUANDO me pedirem.

 

10. INTERJEIÇÃO: palavra ou locução que expressa apelos, emoções, ou ideias mal estruturadas.
Ex.: Ah!, Ai!, Olá!, Valha-me, Deus!
Macacos me mordam!

 

Quanto à função, pode-se agrupar as palavras em:
Principais, Adjuntas, Conectivas, Classe Especial

 

  • PRINCIPAIS: Substantivo e Verbo

  • PRINCIPAIS e ADJUNTAS: Pronome e Numeral

  • ADJUNTAS (sempre): Artigo, Adjetivo e Advérbio

  • CONECTIVAS: Preposição e Conjunção

  • CLASSE ESPECIAL: Interjeição

 

INDO MAIS FUNDO!

 

Agora, queridos, vamos fundo no ESTUDO DAS CLASSES
GRAMATICAIS!!!

 


SUBSTANTIVO

I – CLASSIFICAÇÃO
 

a) COMUM: designa seres da mesma espécie.
Ex.: estudante, dança, felicidade, cardume

 

b) PRÓPRIO: designa seres específicos, um único ser.
Ex.: Paula, Brasília, Pirineus, África, Tietê

 

c) PRIMITIVO: não derivam de outra palavra.
Ex.: bruxa, mar, sol, alma, dor, homem

 

d) DERIVADO: formados a partir de outra palavra.
Ex.: Brasília, covardia, felicidade, estudo, maresia

 

e) SIMPLES: possui apenas um radical.
Ex.: gato, caneta, política, boiada, bando, estudo

 

f) COMPOSTO: possui mais de um radical.
Ex.: girassol, lobisomem, rodapé, couve-flor

 

g) CONCRETO: seres com existência própria.
Ex.: mar, sol, areia, alma, fada, Deus, Ana Maria

h) ABSTRATO: designam qualidade, ação, estado, sentimento.
Ex.: covardia, luta, felicidade, calor, viagem

 

i) COLETIVO: conjunto de seres da mesma espécie.
Alcateia (lobos), Arsenal (armas),
Corja (bandidos), Código (leis),
Atlas (mapas), Banca (examinadores),
(gente), Enxoval (roupas)

 

Cada substantivo possui quatro classificações, a não ser que seja um coletivo:
Ex.: casa: comum, simples, concreto e primitivo
Brasília: próprio, simples, concreto e derivado
enxame: comum, simples, concreto, primitivo e coletivo

 

ADJETIVO


I – CLASSIFICAÇÃO SEMÂNTICA
 

a) RESTRITIVO:
Não pode ser aplicado a todos os seres da mesma espécie.
Ex.: Aluno inteligente / Mulher sincera / Cidade limpa

 

b) EXPLICATIVO: (sem restrição).
Pode ser aplicado a todos os seres da mesma espécie.
Ex.: Homem mortal / Água mole / Animal irracional

 

c) UNIFORME: (sem flexão de gênero).
Ex.: Aluno(a) gentil, inteligente e fiel.

 

d) BIFORME: (com flexão de gênero).
Ex.: Aluno bonito, dedicado e sincero.
Aluna bonita, dedicada e sincera.

 

II – CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL
 

a) SIMPLES: um só radical.
Ex.: lindo, elegante, bom, verde, famoso

 

b) COMPOSTO: mais de um radical.
Ex.: azul – claro, político – social, cor – de – abóbora

 

c) PRIMITIVO: original.
Ex.: fácil, nobre, ruim, sério, ágil, bom

 

d) DERIVADO: provém de outro vocábulo.
Ex.: hospitalar, feioso, amável, brasileiro

 

III – ADJETIVO PÁTRIO
 

Refere-se à pátria, ao lugar de origem dos seres:

  • Acre – Acreano

  • Moscou – Moscovita

  • Barbacena – barbacenense

  • Belo Horizonte – belorizontino

  • Etiópia – etíope

  • Guatemala – guatemalteco


IV – LOCUÇÃO ADJETIVA


É uma expressão que caracteriza um substantivo, formada por

preposição + substantivo. Normalmente possui um adjetivo correspondente.

FIQUE ATENTO

 

(Assistente de Saneamento e Gestão - Assistente de Tecnologia da Informação/2016 - COMPESA – FGV) Em todas as frases a seguir, as locuções adjetivas sublinhadas foram substituídas por adjetivos. Assinale a frase em que a substituição foi inadequada.
(A) “Nunca ninguém conseguirá ir ao fundo de um riso de criança”. / infantil.
(B) “Um bebê é a opinião de Deus de que a vida deveria continuar”. / divina.
(C) “Os avarentos são como as bestas de carga: carregam o ouro e se alimentam de aveia”. / carregadas.
(D) “Os paranoicos têm inimigos de verdade”. / verdadeiros.
(E) “Estar com raiva é se vingar das falhas dos outros em nós mesmos”. / alheias.

 

Comentário:
A opção em que o adjetivo foi empregado incorretamente é a letra C, pois
“carregadas” significa cheias de carga e “bestas de carga” significa bestas usadas
para carregar cargas.

 

Gabarito: C

Flexão nominal (substantivos e adjetivos)
 

PRINCIPAIS DESINÊNCIAS NOMINAIS
Gênero  masculino (-o)
               feminino (-a)

 

Número  singular (não há)
                plural (-s)

 

Os substantivos e os adjetivos são as classes nominais que mais sofrem flexões. Vamos estudar cada uma separadamente.
 

1. Flexão dos substantivos
 

FLEXÃO DE GÊNERO:
a) Masculino e Feminino: algumas palavras possuem apenas o masculino ou o feminino, não tendo, portanto, o gênero oposto correspondente. Veja:

 

O cometa  -             A libido
O champanha         A alface
O clã                       A apendicite
O dó                        A cal
O herpes                 A comichão

 

O cometa é sempre masculino. A alface é sempre feminino.


b) Biformes: são aqueles substantivos que têm o correspondente do outro gênero, com palavras que possuem o mesmo radical.
O pardal = A pardoca
O judeu = A judia
O herói = A heroína
O sargento = A sargenta
O cachorro = A cachorra


Dentro dos biformes, temos ainda os heterônimos:
O cavaleiro - A amazona
O zangão - A abelha
O pai - A mãe
O boi – A vaca

 

Observe que são formas correspondentes, mas não possuem o mesmo radical.
 

c) Uniformes:

  • Epicenos: usados para animais.

Observe que os vocábulos macho e fêmea deferenciam o gênero desses animais. Não há uma forma para o masculino e outra para o feminino.

  • Sobrecomuns: usados para pessoas.

A pessoa
O sósia
A mascote
A vítima
O algoz


Também não possuem uma forma para o masculino e outra para o feminino.


A pessoa, por exemplo, é sempre um vocábulo feminino, referindo-se tanto a um homem quanto a uma mulher.

 

  • Comuns-de-dois gêneros: a mudança do determinante (artigo, adjetivo ou pronome) vai distinguir o gênero do vocábulo.

O / A estudante
Bom / Boa ciclista
Meu / Minha colega
O / A rival


FLEXÃO DE NÚMERO:
 

Plural dos Compostos
Para entender o plural dos compostos, é importante relembrar quais são as classes gramaticas variáveis e quais são as classes invariáveis:


Variáveis: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome e verbo
Invariáveis: advérbio, preposição, interjeição e conjunção

 

a) Em palavras compostas, ambos se flexionam se o vocábulo for composto por:
 

- Substantivo + Substantivo = COUVES – FLORES
- Substantivo + Adjetivo = BOIAS – FRIAS
- Adjetivo + Substantivo = PUROS – SANGUES
- Numeral + Substantivo = TERÇAS – FEIRAS

 

Atenção! Quando o segundo substantivo estiver determinando, especificando o primeiro, ocorrem duas possibilidades: a flexão de ambos ou somente o primeiro ser flexionado para o plural.


- Substantivo + Substantivo = POMBOS – CORREIO; PEIXES – ESPADA
 

b) Somente o primeiro elemento varia se for composto por:
 

- Substantivo + preposição + Substantivo =
ÁGUAS – DE – COLÔNIA
MULAS – SEM – CABEÇA

 

c) Somente o segundo elemento varia se for composto por:


- Verbo (o verbo não vai para o plural) + Substantivo =
ARRANHA – CÉUS

  • Guarda – noturno > Guardas – noturnos (substantivo + adjetivo)

Nesse caso, o guarda vai para o plural porque não é o verbo, é o substantivo, significa a pessoa que trabalha de guarda.


- Advérbio + Adjetivo = ALTO – FALANTES
- Prefixo + Substantivo = VICE – DIRETORES
- Grão / Grã / Bel + substantivo = GRÃO – DUQUES; GRÃ – DUQUESAS; BEL – PRAZERES
- Onomatopeias = TIQUE – TAQUES
- Palavras repetidas = RECO – RECOS

 

As palavras a seguir merecem atenção especial

  • Bem – te – vi > Bem – te – vis

  • Bem – me – quer > Bem – me – queres


d) Invariáveis (vocábulos que nunca mudam, o que vai variar é o determinante que vier antes):

  • Verbo + Advérbio = O / OS BOTA-FORA

  • Verbos Antônimos = O / OS SENTA–LEVANTA

  • Frases Substantivas = O / OS DEUS–NOS–ACUDA; O / OS LOUVA–A–DEUS

  • Verbo + Subst. Plural = O / OS CONTA–GOTAS


e) Substantivos que admitem dois plurais:

  • salvo – conduto > salvos – condutos / salvo – condutos

  • padre – nosso > padres – nossos / padre – nossos

  • pisca – pisca > Pisca – piscas / Piscas – piscas

  • xeque – mate > xeques – mates / xeques – mate

  • fruta – pão > frutas – pães / frutas – pão

  • guarda – marinha > Guardas – marinhas / Guardas – marinha

ATENÇÃO! Variação menos importante para concurso com relação aos substantivos:

GRAU:
A) Aumentativo: Analítico: Casa grande; Boca enorme
                              Sintético: Casarão / Bocarra
B) Diminutivo: Analítico: Casa pequena; Porta mínima
                           Sintético: Casebre ou Casinha; Portinhola ou Portinha

 

2. Flexão dos Adjetivos
Acompanham os substantivos e flexionam em número, gênero e grau para fazer a concordância com eles.
Ex.: roupa bela, locais proibidos, visita agradabilíssima.

 

FLEXÃO DOS ADJETIVOS COMPOSTOS:
 

Regra geral:
Somente o último elemento (se for ADJETIVO) do composto pode flexionar-se em gênero e número.
Ex.: Instrumento médico–cirúrgico

       Sala médico–cirúrgica

       Trauma afetivo–emocional

       Traumas afetivo–emocionais

 

  • Invariáveis: azul–marinho / azul–celeste

  • Flexionam-se ambos os termos: surdo(a) (s) – mudo(a) (s)

  • Se o último elemento for SUBSTANTIVO, o composto fica INVARIÁVEL.

Ex.: bandeira (s) azul – turquesa
        camisa (s) cor – de – abóbora
        fita (s) rosa


GRAU: flexão importante com relação aos adjetivos.
 

I . COMPARATIVO:
a) Igualdade (tão / tanto ... como / quanto).
Ex.: Os alunos eram tão dedicados como / quanto os mestres.


b) Inferioridade (menos ... (do) que).
Ex.: O salário era menos interessante (do) que o trabalho.

 

c) Superioridade (mais ... (do) que).
Ex. : Perla era mais feia (do) que sua irmã.

 

II. SUPERLATIVO:
a) Relativo de Inferioridade: (o menos ... de)
Ex.: Seu chute era o menos confiável do time.


b) Relativo de Superioridade: (o mais ... de)
Ex.: O brasileiro tem sido o mais confiante dos homens.


c) Absoluto Analítico: (com auxílio de advérbio).
Ex.: Os concursos têm sido extremamente difíceis.


d) Absoluto Sintético: (com auxílio de sufixos)
Ex.: Aquelas modelos são magríssimas. (vernáculo)
Aquelas modelos são macérrimas. (erudito)


A lista a seguir é para marcar a diferença do superlativo erudito daquele que usamos em nosso cotidiano.

  • Amargo – amaríssimo

  • Áspero – aspérrimo

  • Célebre – celebérrimo

  • Cristão – cristianíssimo

  • Cruel – crudelíssimo

  • Doce – dulcíssimo

  • Fiel – fidelíssimo

  • Frio – frigidíssimo

  • Humilde – humílimo

  • Íntegro – integérrimo

  • Magro – macérrimo

  • Negro – nigérrimo

  • Pobre – paupérrimo

  • Sagrado – sacratíssimo
     

PRESTE ATENÇÃO!

Usam-se as formas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno quando se comparam qualidades do mesmo ser!


Ex.: Aquele aluno é mais bom que inteligente.
        Esta sala é mais grande do que confortável.


No mais, usam-se as formas sintéticas MELHOR, PIOR, MAIOR e MENOR.
Ex.: João é menor que seu irmão. (mais pequeno)

RESUMINDO

João é MAIS grande QUE forte.


Duas características comparadas em um mesmo ser, ok!


ARTIGO
 

I – ARTIGO DEFINIDO:

 

O, A, OS, AS

Definem um ser dentre tantos de sua espécie, indicando-lhe gênero e número.
Ex.: Chamem o jovem. (aquele jovem, sexo masculino)

 

II – ARTIGO INDEFINIDO:

UM, UMA, UNS, UMAS

Designam qualquer ser dentro da espécie, deixando-o vago; determinam gênero e número.
Ex.: Contratem uma jovem. (qualquer jovem, sexo feminino)

 

  • O artigo definido é facultativo antes de:

Possessivos: Amanhã visitarei (o) seu pai.
Nomes próprios: Maria sempre estuda com (o) Paulo.

 

  • Omite-se o artigo antes da palavra casa no sentido de “lar”: Não saio de casa. Vou para casa. Ficarei em casa.

  • Usa-se TODO ou TODO O

TODO país participará do evento. (qualquer país)
TODO O país participará do evento. (o país inteiro)

 

INTERJEIÇÃO
É a classe especial que demonstra o “estado de espírito” do falante. Várias outras classes gramaticais podem desenvolver função de interjeição.
EXPRIMEM:

  • Advertência: Alerta! Cuidado! Calma! Atenção! Olha!

  • Afugentamento: Fora! Rua! Saia!

  • Alegria: Ah! Oh! Eta!

  • Alívio: Ufa! Arre! Também!

  • Animação: Coragem! Avante! Força!

  • Chamamento: Alô! Olá! Psiu! Hei! Ô!

  • Aplauso: Bravo! Viva! Bis!

  • Aversão: Xi! Ih! Credo!

  • Cessação: Alto! Basta! Chega!

  • Desejo: Oxalá! Tomara! Viva!

  • Dor: Ai! Ui!

  • Espanto: Ué! Uai! Puxa! Caramba! Oba!

  • Impaciência: Hum! Puxa! Raios!

  • Incredulidade: Qual! Ora!

  • Reprovação: Francamente!

  • Satisfação: Oba! Boa! Opa!

  • Saudação: Salve! Adeus! Viva!

  • Silêncio: Psiu! Silêncio! Caluda! Calada!

  • Terror – medo: Uh! Ui! Cruzes! Barbaridade!


NUMERAL


EMPREGO:
 

1) Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos etc., empregam-se:

  • De 1 a 10 > os ordinais:

       Ex.: João Paulo II (segundo)
              Ano III (terceiro)
              D. Pedro I (primeiro)

  • De 11 em diante > cardinais:

       Ex.: Papa Pio XI (onze)
               Século XXI (vinte e um)

 

2) Na sucessão de leis, decretos, artigos, portarias, avisos etc., empregam-se:

  • De 1 a 9 > ordinais: lei 7ª / portaria 8ª

  • De 10 em diante > cardinais: artigos 43 e 47


3) O numeral AMBOS é dual porque sempre se refere a dois seres, mas a expressão pleonástica AMBOS OS DOIS é correta desde que usada com discrição:
Ex.: Perguntaram se Maria e Joana são minhas filhas. Respondi-lhes que o são AMBAS AS DUAS (ou ambas de duas).


4) Décimo primeiro ou undécimo 

Décimo segundo ou duodécimo
HUM e TREIS são formas erradas, só aceitas em preenchimento de cheques para evitar fraudes bancárias.


PREPOSIÇÕES


São usadas basicamente para unir palavras em frases nominais e verbais. 
São importantíssimas no estudo da transitividade verbal e da regência.
São divididas em:

 

I – Preposições Essenciais (sempre são desta classe): a, ante, até, após, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás 


II – Preposições Acidentais (palavras eventualmente usadas como preposições): afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, menos, salvo, segundo, tirante, visto etc.
Ex.: Salvo melhor juízo, julgo correta a expressão.
        Ela sofreu um acidente durante o exercício.
        Eles se vestem conforme a moda.

 

III – Locução Prepositiva: ao lado de, abaixo de, a despeito de, apesar de, de acordo com, por causa de etc.
Ex.: O perigo morava ao lado de todos.
        Passamos no concurso graças a nossa capacidade.

 

INDO MAIS FUNDO!

(Oficial de Chancelaria/2016 - MRE – FGV) A preposição DE mostra diferentes valores semânticos em língua portuguesa; indique a opção em que esse valor é indicado incorretamente:
a) “machados DE pedra” / matéria;
b) “se enfeitaram DE penas” / meio ou instrumento;
c) “enrolados DE panos” / modo;
d) “pedágio DE vinténs estabelecido” / preço;
e) “sinhazinhas DE pequeninos pés redondos” / característica.

 

Comentário:
a) “machados DE pedra” / matéria – pedra é o material usado para fazer o machado.
b) “se enfeitaram DE penas” / meio ou instrumento – penas são os instrumentos usados para o enfeite.
c) “enrolados DE panos” / modo; - pano é o instrumento usado para o enrolamento não o modo. Achamos o gabarito!
d) “pedágio DE vinténs estabelecido” / preço - vinténs é o preço do pedágio.
e) “sinhazinhas DE pequeninos pés redondos” / característica. - pés redondos é uma característica das sinhazinhas.


Gabarito: C
 

CONJUNÇÃO


As conjunções são elementos importantíssimos na coerência do texto, pois são uma das formas de unir orações. Uma conjunção mal colocada modifica o valor semântico estabelecido entre as orações e pode anular um texto, fazê-lo ficar sem sentido.
 

São divididas didaticamente entre coordenativas e subordinativas:
I – COORDENATIVAS: unem orações independentes entre si.

  • Aditivas: e, nem, mas também, mas ainda, como também, bem como não obstante

  • Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto

  • Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja

  • Conclusivas: logo, portanto, senão, por isso, por conseguinte, pois (após o verbo)

  • Explicativas: porque, que, porquanto, pois (antes do verbo)

II – SUBORDINATIVAS: unem orações dependentes entre si.

  • Integrantes: que, se

  • Causais: porque, visto que, pois que, como, já que

  • Comparativas: como, (mais) que, (menos) que, assim como, (tanto – tão) quanto

  • Condicionais: se, caso, uma vez que, desde que, salvo se, sem que

  • Concessivas: embora, ainda que, se bem que, conquanto, mesmo que

  • Conformativas: conforme, segundo, consoante, como

  • Consecutivas: (tão)...que, (tal)...que, de modo que

  • Finais: para que, a fim de que, de sorte que, de forma que

  • Proporcionais: à medida que, à proporção que, quanto mais...menos

  • Temporais: quando, mal, logo que, assim que, sempre que, depois que.

 

Aqui cabe a pergunta:
 

É preciso decorar as conjunções?


Cada um tem um jeito de estudar que facilita a compreensão, mas eu penso que decorar hoje te leva a esquecer amanhã! Até porque, algumas conjunções nem sempre ficam no grupo a que elas pertencem, o contexto conta mais em uma análise, veja:


Corri muito e não consegui chegar antes do avião decolar!


A conjunção e está no grupo das aditivas, mas, na frase dada, não está indicando adição, ao contrário, está indicando oposição, devendo ser classificada como adversativa!


DICA:


Mais vale analisar as conjunções em um dado contexto do que decorar apenas a qual grupo ela pertence!


(DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) “A água da chuva armazenada em casa não pode ser usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém uma alta concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à saúde. Essa água só é indicada para consumo com tratamento químico, feito somente por especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Por isso, é melhor usá-la apenas na limpeza da casa”.


Assinale a opção que apresenta o conectivo sublinhado nesse segmento que tem um sinônimo incorretamente indicado.
a) para = a fim de.
b) porque = visto que.
c) com = após.
d) por = com.
e) na = para a.


Comentário: precisamos encontrar a alternativa que traga uma substituição de conectivo que NÃO pode ocorrer, uma vez que o sentido original seria alterado. A melhor maneira de resolver uma questão como esta é substituir no texto os termos grifados pela possibilidade das alternativas e ver se é possível, se não altera o sentido:


“A água da chuva armazenada em casa não pode ser usada a fim de que (ok! Mantem-se a ideia de finalidade) beber, tomar banho e cozinhar visto que (ok! Mantem-se a ideia de explicação) ela contém uma alta concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à saúde. Essa água só é indicada para consumo após (ok! Mantem-se a ideia condição) tratamento químico, feito somente por especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Com (Não! O “por isso” expressa ideia de conclusão, não presente em “com isso” que indica continuação, causa/consequência) isso, é melhor usá-la apenas para a (ok! Mantem-se a ideia de finalidade, uso) limpeza da casa”.


GABARITO: D
 

FIQUE ATENTO!

Preposição x Conjunção


Enquanto a preposição une palavras de uma oração, a conjunção une as orações!
Vamos voltar a um exemplo dado anteriormente:


Eles se vestem conforme a moda.


O conforme é uma conjução conformativa sendo usada como preposição nesta oração. Basta observar que ela une o substantivo moda ao verbo vestir.


Já em:
Tudo aconteceu conforme prevíamos.


Conforme é uma conjunção que une duas orações: “tudo aconteceu” e “prevíamos”, dando ideia de conformidade.


ADVÉRBIO


Trata-se de uma classe gramatical muito comum em orações e que tem um papel fundamental na sintaxe (estuda a função das palavras na frase), pois tem como função dar circunstância ao verbo. Veja:
 

Meu sobrinho nasceu.
 

Sujeito: meu sobrinho.
Verbo intransitivo (NÃO pede complemento): nasceu.


É claro que, diante dessa oração, algumas pessoas perguntariam: Quando? Onde? Como ele nasceu? Para responder a essas perguntas, usamos os advérbios! Então teremos:


Meu sobrinho nasceu ontem, no Rio de Janeiro, de parto normal.


“ontem” (advérbio): dá circunstância de TEMPO ao verbo.
“no Rio de Janeiro” (locução adverbial): dá circunstância de LUGAR ao verbo.
“de parto normal” (locução adverbial): dá circunstância de MODO ao verbo.

RESUMINDO


Os advérbios são circunstanciadores do verbo. NÃO SÃO COMPLEMENTOS, são termos acessórios da oração.

 

FIQUE ATENTO!


Do ponto de vista sintático, o advérbio vem associado ao verbo, ao adjetivo ou ao próprio advérbio, podendo inclusive modificar uma frase inteira! Vejam:
Exemplos

  • O juiz morava longe. >> o advérbio “longe” modifica o verbo “morar”.

  • O dia está muito calmo >> O advérbio “muito” modifica o adjetivo “calmo”.

  • Falava muito bem. >> O advérbio “muito” modifica um outro advérbio, o “bem”.

  • Certamente, você saberá como proceder na hora oportuna. >> o advérbio “certamente” modifica TODA a oração que vem a seguir.


ATENÇÃO:

Os advérbios são assim chamados na análise morfológica das classes de palavras. No estudo sintático das funções das palavras, eles são chamados de adjuntos adverbiais, ou seja, possuem a função de dar circunstâncias de tempo, lugar, intensidade, entre outras, ao verbo.


Listei agora os principais tipos de advérbios e as circunstâncias que exprimem:

  • Afirmação: sim, certamente, deveras, realmente

  • Dúvida: talvez, quiçá, decerto, acaso, porventura

  • Negação: não, absolutamente, tampouco, nunca

  • Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, menos, meio, extremamente

  • Lugar: aqui, ali, acolá, perto, longe, dentro, fora

  • Modo: bem, mal, assim, depressa, calmamente

  • Tempo: agora, já, depois, breve, cedo, novamente

  • Advérbios interrogativos: onde, aonde, como, quando, por que

 

Ex.: Como você aprendeu a dirigir?

        Como = advérbio interrogativo

 

        O homem veio depressa ver o ocorrido.
        Depressa = advérbio de modo, indica o modo como o homem veio.

 

        Certamente tudo dará certo!

        Certamente = advérbio de certeza


        Estou muito animada com o evento.

        Muito = advérbio de intensidade

 

FIQUE ATENTO!
 

As palavras terminadas em “mente” são tipicamente advérbios, são os chamados modalizadores, uma vez que modalizam, ou seja, marcam opinião do emissor sobre aquilo que está sendo dito.

Exemplos:

Felizmente tudo acabou.

Comumente ele está aqui.


Felizmente e comumente = advérbios modalizadores


Flexão dos Advérbios


Muito importante saber: os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apresentam variação em gênero e número. Isso quer dizer que não existe “estou meia cansada”, pois “meio”, indicando intensidade, é advérbio e NÃO deve variar em gênero ou em número. O correto é: estou meio cansada.


Alguns advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe:

 

Grau Comparativo

Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo que o comparativo do adjetivo:

 

De igualdade: tão + advérbio + quanto (como)

Exemplo: Renato fala tão alto quanto João.

De inferioridade: menos + advérbio + que (do que)

Exemplo: Renato fala menos alto do que João.


De superioridade:

Analítico: mais + advérbio + que (do que)

Exemplo: Renato fala mais alto do que João.


Exemplo: Renato fala melhor que João.


Grau Superlativo

O superlativo pode ser analítico ou sintético:

Analítico: acompanhado de outro advérbio.

Exemplo: Renato fala muito alto.

                 Muito = advérbio de intensidade

                 Alto = advérbio de modo


Sintético: formado com sufixos.

Exemplo: Renato fala altíssimo.

 

TOME NOTA!
 

As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são comuns na língua popular. Observe:

Maria mora pertinho daqui. (Muito perto)

A criança levantou cedinho. (Muito cedo)

QUESTÕES COMENTADAS

O conceito de planejamento surgiu no final do século


O conceito de planejamento surgiu no final do século XIX, na Inglaterra, como um conceito vinculado ao planejamento de cidades. Data dessa época, por exemplo, o conceito de “cidade-jardim” (Howard, 1902), segundo o qual se poderia planejar uma cidade, distribuindo-se espacialmente suas funções, a fim de tornar o espaço mais agradável a todos.


Esse conceito gerou forte impacto na área de urbanismo do século passado, com o aparecimento de várias cidades-jardim ao redor do mundo. Até essa época, planejamento era função estritamente técnica do urbanista ou do arquiteto, considerados uma espécie de visionários. Com a criação da União Soviética, no início da década de 20 do século passado, outra vertente de planejamento apareceu: o planejamento econômico centralizado. Sob essa ótica, o Estado teria completo controle sobre os recursos e os distribuiria de acordo com planos e metas determinados por políticos ou burocratas. Já a partir da década de 70 do século passado, o conceito de planejamento não era mais tão visto como um instrumento técnico e, sim, como um instrumento político capaz de moldar e de articular os diversos interesses envolvidos no processo de intervenção de políticas públicas. O planejador deveria ser o mediador dos interesses da sociedade no processo, e o resultado final deveria ser encontrado preferivelmente em consenso.
 

José Antônio Puppim de Oliveira. Desafios do planejamento em políticas públicas:
diferentes visões e práticas.
Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).

 

01. (MP-ENAP – 2015 – Todos os cargos – CESPE) Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos originais do texto, seu segundo período poderia ser assim reescrito: O conceito de cidade-jardim, por exemplo, proposto por Howard (1902), data dessa época. De acordo com esse conceito, uma cidade poderia ser planejada por meio da distribuição espacial de suas funções, com a finalidade de tornar o espaço mais aprazível para as pessoas.
( ) CERTO
( ) ERRADO

 

Comentário: texto original:
“Data dessa época, por exemplo, o conceito de “cidade-jardim” (Howard, 1902), segundo o qual se poderia planejar uma cidade, distribuindo-se espacialmente suas funções, a fim de tornar o espaço mais agradável a todos”.
Reescrita: O conceito de cidade-jardim, por exemplo, proposto por Howard (1902), data dessa época. De acordo com esse conceito, uma cidade poderia ser planejada por meio da distribuição espacial de suas funções, com a finalidade de tornar o espaço mais aprazível para as pessoas.
A reescrita NÃO fere a correção gramatical nem o sentido do texto, uma vez que “a fim de” expressa finalidade assim como “com a finalidade de” e “agradável” é sinônimo de “aprazível”.

 

GABARITO: CERTO


02. (MP-ENAP – 2015 – Todos os cargos – CESPE) A locução “capaz de” (L.16) poderia, sem prejuízo do sentido original do texto, ser substituída por para.
( ) CERTO
( ) ERRADO


Comentário: relendo o trecho:
“Já a partir da década de 70 do século passado, o conceito de planejamento não era mais tão visto como um instrumento técnico e, sim, como um instrumento político capaz de moldar e de articular os diversos interesses envolvidos no processo de intervenção de políticas públicas”.


Há diferença em dizer que algo é capaz de fazer alguma coisa ou é para alguma coisa. Não são expressões sinônimas, portanto, a substituição não é possível. O texto original diz que o planejamento era visto como instrumento político que POSSUÍA CAPACIDADE de moldar e de articular interesses. Com a reescrita, estaria sendo dito que o planejamento é um instrumento USADO PARA (com a finalidade de) moldar e articular.


GABARITO: ERRADO


A gestão pública adaptada ao novo paradigma da eficiência 

As mudanças políticas, sociais e culturais, nos últimos vinte anos, fizeram-se sentir no âmbito do direito administrativo e, mais especificamente, na forma de administrar a coisa pública. Diante dessa nova realidade, para atender às necessidades fundamentais da sociedade de forma eficaz e com o menor custo possível, a administração pública precisou aperfeiçoar sua atuação, afastando-se da administração burocrática e adotando uma administração gerencial.


A antiga forma de administrar empregada pela administração pública calcava-se essencialmente em uma gestão eivada de processos burocráticos, criados para evitar desvios de recursos públicos, o que a tornava pouco ágil, pouco econômica e ineficiente. A nova administração gerencial tende a simplificar a atividade do gestor público sem afastá-lo, porém, da legalidade absoluta, uma vez que dispõe de valores públicos que devem ser bem empregados para garantir que os direitos fundamentais dos cidadãos sejam atendidos.


Assim, implementou-se a administração gerencial e, para isso, foi necessário que os agentes públicos mudassem suas posturas e se adequassem para desenvolver a nova gestão pública. O novo gestor público precisou lançar mão de técnicas de gestão utilizadas pela iniciativa privada e verificou, ainda, que era necessário o acompanhamento constante da execução das atividades propostas, para que efetivamente se chegasse a uma gestão eficiente, uma gestão por resultados.


Para levar a cabo o novo modelo de gestão pública, será preciso adotar novas tecnologias e promover condições de trabalho adequadas, assim como mudanças culturais, desenvolvimento pessoal dos agentes públicos, planejamento de ações e controle de resultados.


Maria Denise Abeijon Pereira Gonçalves. A gestão pública adaptada ao novo paradigma da eficiência. Internet: <www.egov.ufsc.br> (com adaptações).
 

De acordo com as ideias do texto,


03. (MP-ENAP – 2015 – Todos os cargos – CESPE) há relação de causa e efeito entre as transformações políticas, sociais e culturais e as mudanças ocorridas no âmbito da administração pública.
( ) CERTO
( ) ERRADO


Comentário: comprova-se que a assertiva está correta pelo trecho a seguir: 
“Diante dessa nova realidade, para atender às necessidades fundamentais da sociedade de forma eficaz e com o menor custo possível (CAUSA), a administração pública precisou aperfeiçoar sua atuação, afastando-se da administração burocrática e adotando uma administração gerencial (EFEITO)”.


GABARITO: CERTO
Anísio Spínola Teixeira nasceu no dia 12 de julho de 1900, em Caetité – BA, onde passou os primeiros anos de vida sob os cuidados da mãe, Anna Spínola Teixeira.


O pai, Deocleciano Pires Teixeira, sonhava que o filho fosse político e o mandou estudar no Rio de Janeiro. Anísio diplomou-se na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro em 1922.


Como educador, Teixeira viajou para a Europa e os Estados Unidos da América para observar os sistemas escolares. No Brasil, defendeu o conceito de escola única, pública e gratuita como forma de garantir a democracia e foi o primeiro a tratar a educação com base filosófica.


Instituiu na Bahia, em 1950, a primeira escola-parque, que procurava oferecer à criança uma escola integral, que cuidasse da alimentação, da higiene, da socialização, além do preparo para o trabalho. Nas escolas-parques, os alunos ainda tinham contato com as artes plásticas. Naquela época, essas aulas eram orientadas por profissionais de renome, como Caribé e Mário Cravo.


Sempre brigou pela democracia na educação. Publicou vários livros defendendo a educação e a cultura para todos. Foi um dos fundadores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Universidade de Brasília (UnB), da qual foi reitor em 1963.


Candidatou-se à Academia Brasileira de Letras, em 1971, mas faleceu antes da eleição, ao cair no poço do elevador de seu prédio, em 11 de março de 1971, quando saía para visitar Aurélio Buarque de Holanda.


Internet: <www.unb.br> (com adaptações).


04. (FUB – 2015 – Administrador – CESPE) A forma nominal “filho” (l.4) e a forma pronominal “se” (l. 5 e 20) referem-se a Anísio Spínola Teixeira. 
( ) CERTO
( ) ERRADO


Comentário: nos três casos, os termos em destaque fazem referência a Anísio Spínola Teixeira.


Gabarito: CERTO

 

UnB investe em ideias e projetos comprometidos com a crítica social e a reflexão. Muitas dessas experiências têm fomentado o debate nacional de temas polêmicos da realidade brasileira, das quais uma foi a criação, em 2003, de cotas no vestibular para inserir negros e indígenas na universidade e ajudar a corrigir séculos de exclusão racial.


A medida foi polêmica, mas a UnB — a primeira universidade federal a adotar o sistema — buscou assumir seu papel na luta por um projeto de combate ao racismo e à exclusão.

 

Outra inovação é o Programa de Avaliação Seriada (PAS), criado como alternativa ao vestibular, em que candidatos são avaliados em provas aplicadas ao término de cada uma das séries do ensino médio. A intenção é a de estimular as escolas a preparar melhor o aluno, com conteúdos mais densos desde o primeiro ano do ensino médio.


Em treze anos de criação, mais de oitenta mil estudantes participaram desse processo seletivo, dos quais 13.402 tornaram-se calouros da UnB.


Internet: < www.unb.br> (com adaptações).


05. (FUB – 2015 – Administrador – Cespe/UnB) Na linha 10, o pronome relativo “que” refere-se a “vestibular”.
( ) CERTO
( ) ERRADO


Comentário: a afirmação está errada. No trecho “Outra inovação é o Programa de Avaliação Seriada (PAS), (...) em que candidatos são avaliados...”, o “que” refere-se a “Programa de Avaliação Seriada”.


GABARITO: ERRADO.


Fundada por Ptolomeu Filadelfo, no início do século III a.C., a biblioteca de Alexandria representa uma epígrafe perfeita para a discussão sobre a materialidade da comunicação. As escavações para a localização da biblioteca, sem dúvida um dos maiores tesouros da Antiguidade, atraíram inúmeras gerações de arqueólogos. Inutilmente. Tratava-se então de uma biblioteca imaginária, cujos livros talvez nunca tivessem existido? Persistiam, contudo, numerosas fontes clássicas que descreviam o lugar em que se encontravam centenas de milhares de rolos. E eis a solução do enigma. O acervo da biblioteca de Alexandria era composto por rolos e não por livros — pressuposição por certo ingênua, ou seja, atribuição anacrônica de nossa materialidade para épocas diversas. Em vez de um conjunto de salas com estantes dispostas paralelamente e enfeixadas em um edifício próprio, a biblioteca de Alexandria consistia em uma série infinita de estantes escavadas nas paredes da tumba de Ramsés. Ora, mas não era essa a melhor forma de colecionar rolos, preservando-os contra as intempéries? Os arqueólogos que passaram anos sem encontrar a biblioteca de Alexandria sempre a tiveram diante dos olhos, mesmo ao alcance das mãos. No entanto, jamais poderiam localizá-la, já que não levaram em consideração a materialidade dos meios de comunicação dominante na época: eles, na verdade, procuravam uma biblioteca estruturada para colecionar livros e não rolos. Quantas bibliotecas de Alexandria permanecem ignoradas devido à negligência
com a materialidade dos meios de comunicação?


O conceito de materialidade da comunicação supõe a reconstrução da materialidade específica mediante a qual os valores de uma cultura são, de um lado, produzidos e, de outro, transmitidos. Tal materialidade envolve tanto o meio de comunicação quanto as instituições responsáveis pela reprodução da cultura e, em um sentido amplo, inclui as relações entre meio de comunicação, instituições e hábitos mentais de uma época determinada. Vejamos: para o entendimento de uma forma particular de comunicação — por exemplo, o teatro na Grécia clássica ou na Inglaterra elizabetana; o romance nos séculos XVIII e XIX; o cinema e a televisão no século XX; o computador em nossos dias —, o estudioso deve reconstruir tanto as condições históricas quanto a materialidade do meio de comunicação. Assim, no teatro, a voz e o corpo do ator constituem uma materialidade muito diferente da que será criada pelo advento e difusão da imprensa, pois os tipos impressos tendem, ao contrário, a excluir o corpo do
circuito comunicativo. Já os meios audiovisuais e informáticos promovem um certo retorno do corpo, mas sob o signo da virtualidade. Compreender, portanto, como tais materialidades influem na elaboração do ato comunicativo é fundamental para se entender como chegam a interferir na própria ordenação da sociedade.


João C. de C. Rocha. A matéria da materialidade: como localizar a biblioteca de
Alexandria?
In: João C. de C. Rocha (Org.). Interseções: a materialidade da
comunicação. Rio de Janeiro: Imago; EDUERJ, 1998, p. 12, 14-15 (com adaptações).

 

06. (STJ – 2012 – Analista Judiciário – Cespe/UnB) Na linha 6, “cujos” expressa uma relação de posse.
( ) CERTO
( ) ERRADO

 

Comentário: no trecho “Tratava-se então de uma biblioteca imaginária, cujos livros talvez nunca tivessem existido?” o termo “cujos” indica ideia de posse, pois os livros pertencem à biblioteca, são da biblioteca!


GABARITO: CERTO


07. (STJ – 2012 – Analista Judiciário – Cespe/UnB) A partícula “se”, em “Tratava-se” (l.5) e em “se encontravam” (l.7), classifica-se como pronome reflexivo e retoma, respectivamente, “uma biblioteca imaginária”.
( ) CERTO
( ) ERRADO


Comentário: a afirmação está errada, uma vez que, em “tratava-se”, o “se” é índice de indeterminação do sujeito, pois está ligado a um verbo transitivo indireto; e, em “se encontravam”, o “se” é pronome apassivador, pois está ligado a um verbo transitivo direto.


GABARITO: ERRADO
 

08. (STJ – 2012 – Analista Judiciário – Cespe/UnB) O trecho “jamais poderiam localizá-la” poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma:
jamais a poderiam localizar.
( ) CERTO
( ) ERRADO

 

Comentário: a questão traz o tema colocação pronominal na locução verbal (formada pelo verbo auxiliar + verbo principal no infinitivo = poderiam localizar). Como a oração traz a palavra atrativa “jamais”, o pronome poderá vir antes
(jamais a poderiam localizar) ou depois da locução (jamais poderiam localizá-la”).

 

GABARITO: CERTO


09. (STJ – 2012 – Analista Judiciário – Cespe/UnB) A preposição “para”, em “para a discussão” e em “para colecionar livros", introduz expressão que exprime finalidade.
( ) CERTO
( ) ERRADO


Comentário: no trecho “para a discussão”, o “para” indica a finalidade da biblioteca de Alexandria. Em “para colecionar livros", o “para” indica a finalidade da biblioteca.
 

GABARITO: CERTO


A persecução penal se desenvolve em duas fases: uma fase administrativa, de inquérito policial, e uma fase jurisdicional, de ação penal. Assim, nada mais é o inquérito policial que um procedimento administrativo destinado a reunir elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e de sua autoria. Em outras palavras, o inquérito policial é um procedimento policial que tem por finalidade construir um lastro probatório mínimo, ensejando justa causa para que o titular da ação penal possa formar seu convencimento, a opinio delicti, e, assim, instaurar a ação penal cabível. Nessa linha, percebe-se que o destinatário imediato do inquérito policial é o Ministério Público, nos casos de ação penal pública, e o ofendido, nos casos de ação penal privada.


De acordo com o conceito ora apresentado, para que o titular da ação penal possa, enfim, ajuizá-la, é necessário que haja justa causa. A justa causa, identificada por parte da doutrina como uma condição da ação autônoma, consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da materialidade delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada suspeita acerca da prática de um fato de natureza penal. Dessa forma, é imprescindível que haja provas acerca da possível existência de um fato criminoso e indicações razoáveis do sujeito que tenha sido o autor desse fato.


Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do inquérito policial que serão coletadas as informações e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal, isto é, a opinio delicti. É com base nos elementos apurados no inquérito que o promotor de justiça, convencido da existência de justa causa para a ação penal, oferece a denúncia, encerrando a fase administrativa da persecução penal.


Hálinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigação do Ministério Público na fase pré-processual penal. Artigo científico. Rio de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4. Internet: <www.emerj.tjrj.jus.br> (Com adaptações).


10. (MPU – 2015 - Analista do Ministério Público da União – CESPE) Em “Evidencia-se”, o pronome “se” pode, facultativa e corretamente, ser tanto posposto — como aí foi empregado — quanto anteposto à forma verbal — Se evidencia.
( ) CERTO
( ) ERRADO


Comentário: não se emprega pronome em início de frase, isso fere a norma gramatical da colocação pronominal.


GABARITO: ERRADO


A ideia de solidariedade acompanha, desde os primórdios, a evolução da humanidade. Aristóteles, por exemplo, em clássica passagem, afirma que o homem não é um ser que possa viver isolado; é, ao contrário, ordenado teleologicamente a viver em sociedade. É um ser que vive, atua relaciona-se na comunidade, e sente-se vinculado aos seus semelhantes. Não pode renunciar à sua condição inata de membro do corpo social, porque apenas os animais e os deuses podem prescindir da sociedade e da companhia de todos os demais.


O primeiro contato com a noção de solidariedade mostra uma relação de pertinência: as nossas ações sociais incidem, positiva ou negativamente, sobre todos os demais membros da comunidade. A solidariedade implica, por outro lado, a corresponsabilidade, a compreensão da transcendência social das ações humanas, do coexistir e do conviver comunitário. Percebe-se, aqui, igualmente, a sua inegável dimensão ética, em virtude do necessário reconhecimento mútuo de todos como pessoas, iguais em direitos e obrigações, o que dá suporte a exigências recíprocas de ajuda ou sustento.

A solidariedade, desse modo, exorta atitudes de apoio e cuidados de uns com os outros. Pede diálogo e tolerância. Pressupõe um reconhecimento ético e, portanto, corresponsabilidade. Entretanto, para que não fique estagnada em gestos tópicos ou se esgote em atitudes episódicas, a modernidade política impõe a necessidade dialética de um passo maior em direção à justiça social: o compromisso constante com o bem comum e a promoção de causas ou objetivos comuns aos membros de toda a comunidade.


Marcio Augusto de Vasconcelos Diniz. Estado social e princípio da solidariedade. In: Revista de Direitos e Garantias Fundamentais, Vitória, n.o 3, p. 31-48, jul.-dez./2008. Internet: <www.fdv.br> (com adaptações).
 

11. (STJ – 2015 – Analista Judiciário – Cespe) A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados caso se inserisse o pronome se imediatamente antes da forma verbal “pode” (R.5).
( ) CERTO
( ) ERRADO


Comentário: gramaticalmente falando, seria possível sim colocar o pronome “se” antes do verbo “poder”: “não se pode”. Ocorreria uma próclise exigida pelo advérbio “não”. Mas o sentido original deverá ser mantido, como afirma o enunciado, o que seria um problema, já que o “se” indefiniria o sujeito do verbo “poder”. Tal sujeito foi explicitado no início do período anterior: “homem”. Observe no trecho: “o homem não é um ser que possa viver isolado; é, ao contrário, ordenado teleologicamente a viver em sociedade. É um ser que vive, atua relaciona-se na comunidade, e sente-se vinculado aos seus semelhantes. (O homem) Não pode renunciar à sua condição inata...”. Indefinir o sujeito não é uma opção possível (mantendo-se o sentido), uma vez que o verbo tem sujeito claro.


GABARITO: ERRADO


O problema da justiça refere-se à correspondência, ou não, entre a norma e os valores supremos ou finais que inspiram determinado ordenamento jurídico. Não importa comentar se existe um ideal de bem comum, idêntico para todos os tempos e para todos os lugares. Todo ordenamento jurídico persegue certos fins e esses representam os valores a cuja realização o legislador, mais ou menos conscientemente e adequadamente, dirige sua própria atividade. Quando se considera que há valores absolutos, objetivamente evidentes, a pergunta acerca de se uma norma é justa ou injusta equivale a perguntar se esta é apta ou não a realizar aqueles valores. No caso de não se acreditar em valores absolutos, o problema da justiça ou da injustiça de uma norma tem um sentido: equivale a perguntar se essa norma é apta ou não a realizar os valores históricos que inspiram esse ordenamento jurídico, concreta e historicamente determinado.


Norberto Bobbio. Teoría general del derecho. Bogotá/CO: Temis S.A., 1999, p. 20-2
(tradução livre, com adaptações).


12. (STJ – 2015 – Técnico Judiciário – Cespe) Na estrutura textual, o vocábulo “esta” (l.9) e a expressão “aqueles valores” (l.9) fazem referência, respectivamente, ao termo “norma” (l.8) e à expressão “valores absolutos” (l.7).
( ) CERTO
( ) ERRADO

 

Comentário: observe o trecho: “Quando se considera que há valores absolutos, objetivamente evidentes, a pergunta acerca de se uma norma é justa ou injusta equivale a perguntar se esta é apta ou não a realizar aqueles valores”. Veja que os termos “esta” e “aqueles valores” são anafóricos, ou seja, fazem referência a elementos já citados na estrutura textual, no caso, (esta) “norma” e (aqueles valores) “valores absolutos”.


GABARITO: CERTO


13. (STJ – 2015 – Técnico Judiciário – Cespe) Na linha 13, caso se substituísse o vocábulo “concreta” por concreto, não haveria prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos originais do texto, já que esse novo termo concordaria com a expressão “ordenamento jurídico”.
( ) CERTO
( ) ERRADO


Comentário:
ORIGINAL = “equivale a perguntar se essa norma é apta ou não a realizar os valores históricos que inspiram esse ordenamento jurídico, concreta e historicamente determinado.”


REESCRITA = “equivale a perguntar se essa norma é apta ou não a realizar os valores históricos que inspiram esse ordenamento jurídico, CONCRETO e historicamente determinado”.

OPA, PEGADINHA!


A troca parece correta se atribuirmos a concordância de “concreto” ao termo “ordenamento jurídico”, a banca está induzindo o candidato ao erro! “Concreta”
e “historicamente” são advérbios que estão modificando o termo “determinado” = o ordenamento jurídico é modificado de maneira concreta e histórica! “Concretamente” está no texto em sua forma reduzida “concreta”, o sufixo “mente” está sinalizado de forma irmanada com “historicamente”. A troca proposta pelo enunciado do item NÃO é possível, portanto!

 

GABARITO: ERRADO


Consta do preâmbulo da Constituição Federal que a justiça é um dos valores supremos da sociedade, tal qual a harmonia social e a liberdade. Nos demais artigos da Carta Magna, esse termo costuma vir associado à ideia de justiça social. Assim, o primeiro inciso do artigo terceiro da Constituição estabelece que a construção de uma sociedade que seja justa é um objetivo fundamental da República Federativa do Brasil. Ao circunscrever a justiça no espaço da sociedade, o texto constitucional estabelece, em síntese, que a promoção da justiça na sociedade é um fim do Estado brasileiro.


Sérgio Luiz Junkes. A justiça social como norma constitucional. Resenha eleitoral – Nova série, v. 12, n.o 1, jan.-jun./2005. Internet: <www.tre-sc.jus.br> (com adaptações).
 

14. (STJ – 2015 – Técnico Judiciário – Cespe) Na linha 2, sem prejuízo para a correção gramatical, a expressão “tal qual” poderia ser flexionada no plural, para concordar com “valores supremos”.
( ) CERTO
( ) ERRADO

 

Comentário: a questão aborda não só concordância, mas remissão textual, o termo “tal qual” retoma “justiça”, ligando de maneira comparativa o termo a outros: “harmonia social e liberdade”. Não pode estar no plural, pois concorda com o termo singular “justiça”.


GABARITO: ERRADO

A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas. um código legal que se aplicava a Portugal e seus territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por meramente suspeitar de traição. Previa-se um único casso de punição: sendo o marido traído um "peão" e o amante de sua mulher uma "pessoa de maior qualidade", o assassino poderia ser condenado a três anos de desterro na África.

No Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de que o homem era superior à mulher. O Código Civil de 1916 dava às mulheres casadas o status de "incapazes". Elas só podiam assinar contratos ou trabalhar fora de casa se tivessem a autorização expressa do marido.

Há tempos, o direito de matar a mulher, previsto pelas Ordenações Filipinas, deixou de valer. O machismo, porém, sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de 1890 livrava da condenação quem matava "em estado de completa privação de sentidos". O atual Código Penal, de 1940, abrevia a pena dos criminosos que agem "sob o domínio de violenta emoção". Os "crimes passionais" - eufenismo para a covardia - encaixam-se à perfeição nessas situações. Em outra bem-sucedida tentativa de aliviar a responsabilidade do homem, os advogados inventaram o direito da "legítima defesa da honra.

O machismo é uma praga histórica. Não se elimina da noite para o dia. A criação da Lei Maria da Penha, em 2006, em que se previu punição para quem agride e mata mulheres, foi um primeiro e audacioso passo. O segundo passo contra o machismo é a educação.

Ricardo Wesline Cintra Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado. Brasília. 4 jul. 2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br>. (com adaptações).


Âncora 2

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